Simulado Polícia Civil-DF - Português 1 (Edital 2015) | CONCURSO
"Simulado conforme Edital do Concurso Polícia Civil-DF 2015
OBJETIVOS
Aprimorar os conhecimentos adquiridos durante os seus estudos, de forma a avaliar a sua aprendizagem, utilizando para isso as metodologias e critérios idênticos aos maiores e melhores concursos públicos do país, através de simulados, provas e questões de concursos.
PÚBLICO ALVO
Candidatos e/ou concursandos, que almejam aprovação em concursos públicos de nível Médio do concurso Polícia Civil-DF.
SOBRE AS QUESTÕES
Este simulado contém questões da banca Fundação Universa, para nível Médio do cargo de Vários. Auxiliando em sua aprovação no concurso público escolhido. Utilizamos provas de concursos anteriores, conforme editais mais recentes Polícia Civil-DF.
*CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA PROVA-SIMULADO- QUESTÕES de Português 1 do concurso Polícia Civil-DF.
- Questões de português Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras. Pontuação. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, adv
- Nem todos os assuntos serão abordados neste simulado de prova e questões de Português 1."
- #36705
- Banca
- FUNIVERSA
- Matéria
- Português
- Concurso
- Polícia Civil-DF
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 1 -
Frei Simão era um frade da ordem dos Beneditinos.
Tinha, quando morreu, cinquenta anos em aparência, mas
na realidade trinta e oito. A causa dessa velhice prematura
derivava da que o levou ao claustro na idade de trinta
anos, e, tanto quanto se pode saber por uns fragmentos de
memórias que ele deixou, a causa era justa.
Era frei Simão de caráter taciturno e desconfiado.
Passava dias inteiros na sua cela, donde apenas saía na
hora do refeitório e dos ofícios divinos. Não contava
amizade alguma no convento, porque não era possível
entreter com ele os preliminares que fundam e consolidam
as afeições.
Em um convento, onde a comunhão das almas deve
ser mais pronta e mais profunda, frei Simão parecia fugir à
regra geral. Um dos noviços pôs-lhe alcunha de urso, que
ficou, mas só entre os noviços, bem entendido. Os frades
professores, esses, apesar do desgosto que o gênio
solitário de frei Simão lhes inspirava, sentiam por ele certo
respeito e admiração.
Um dia anuncia-se que frei Simão adoecera
gravemente. Chamaram-se os socorros e prestaram ao
enfermo todos os cuidados necessários. A moléstia era
mortal; depois de cinco dias frei Simão expirou.
Durante estes cinco dias de moléstia, a cela de frei
Simão esteve cheia de frades. Frei Simão não disse uma
palavra durante esses cinco dias; só no último, quando se
aproximava do minuto fatal, sentou-se no leito, fez
chamar-se mais perto o abade, e disse-lhe ao ouvido com
voz sufocada e em tom estranho:
— Morro odiando a humanidade!
O abade recuou até a parede ao ouvir estas
palavras, e no tom em que foram ditas. Quanto a frei
Simão, caiu sobre o travesseiro e passou à eternidade.
Depois de feitas ao irmão finado as honras que lhe
deviam, a comunidade perguntou ao seu chefe que
palavras ouvira tão sinistras que o assustaram. O abade
referiu-as persignando-se. Mas os frades não viram nessas
palavras senão um segredo do passado, sem dúvida
importante, mas não tal que pudesse lançar o terror no
espírito do abade. Este explicou-lhes a ideia que tivera
quando ouviu as palavras de frei Simão, no tom em que
foram ditas, e acompanhadas do olhar com que o
fulminou: acreditara que frei Simão tivesse doudo; mais
ainda, que tivesse entrado já doudo para a ordem. Os
hábitos da solidão e da taciturnidade a que se voltara o
frade pareciam sintomas de uma alienação mental de
caráter brando e pacífico; mas durante oito anos parecia
impossível aos frades que frei Simão não tivesse um dia
revelado de modo positivo a sua loucura; objetaram isso
ao abade, mas este persistia na sua crença.
Machado de Assis. Frei Simão. In: Contos Fluminenses.Rio de Janeiro: Globo, 1997.
No que se refere ao emprego dos pronomes no texto, assinale a alternativa correta.
- a) A forma pronominal “donde” (linha 8) poderia ser corretamente substituída por da qual.
- b) O pronome “seu” (linha 35) retoma “irmão finado” (linha 34).
- c) O emprego da ênclise, em “referiu-as” (linha 37) é obrigatório.
- d) A partícula “se”, em “se voltara” (linha 45), classifica-se como pronome apassivador.
- e) O pronome “isso” (linha 49) retoma a ideia expressa em “Os hábitos da solidão e da taciturnidade a que se voltara o frade pareciam sintomas de uma alienação mental de caráter brando e pacífico” (linhas de 44 a 47).
- #36706
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(1,0) 2 -
Frei Simão era um frade da ordem dos Beneditinos.
Tinha, quando morreu, cinquenta anos em aparência, mas
na realidade trinta e oito. A causa dessa velhice prematura
derivava da que o levou ao claustro na idade de trinta
anos, e, tanto quanto se pode saber por uns fragmentos de
memórias que ele deixou, a causa era justa.
Era frei Simão de caráter taciturno e desconfiado.
Passava dias inteiros na sua cela, donde apenas saía na
hora do refeitório e dos ofícios divinos. Não contava
amizade alguma no convento, porque não era possível
entreter com ele os preliminares que fundam e consolidam
as afeições.
Em um convento, onde a comunhão das almas deve
ser mais pronta e mais profunda, frei Simão parecia fugir à
regra geral. Um dos noviços pôs-lhe alcunha de urso, que
ficou, mas só entre os noviços, bem entendido. Os frades
professores, esses, apesar do desgosto que o gênio
solitário de frei Simão lhes inspirava, sentiam por ele certo
respeito e admiração.
Um dia anuncia-se que frei Simão adoecera
gravemente. Chamaram-se os socorros e prestaram ao
enfermo todos os cuidados necessários. A moléstia era
mortal; depois de cinco dias frei Simão expirou.
Durante estes cinco dias de moléstia, a cela de frei
Simão esteve cheia de frades. Frei Simão não disse uma
palavra durante esses cinco dias; só no último, quando se
aproximava do minuto fatal, sentou-se no leito, fez
chamar-se mais perto o abade, e disse-lhe ao ouvido com
voz sufocada e em tom estranho:
— Morro odiando a humanidade!
O abade recuou até a parede ao ouvir estas
palavras, e no tom em que foram ditas. Quanto a frei
Simão, caiu sobre o travesseiro e passou à eternidade.
Depois de feitas ao irmão finado as honras que lhe
deviam, a comunidade perguntou ao seu chefe que
palavras ouvira tão sinistras que o assustaram. O abade
referiu-as persignando-se. Mas os frades não viram nessas
palavras senão um segredo do passado, sem dúvida
importante, mas não tal que pudesse lançar o terror no
espírito do abade. Este explicou-lhes a ideia que tivera
quando ouviu as palavras de frei Simão, no tom em que
foram ditas, e acompanhadas do olhar com que o
fulminou: acreditara que frei Simão tivesse doudo; mais
ainda, que tivesse entrado já doudo para a ordem. Os
hábitos da solidão e da taciturnidade a que se voltara o
frade pareciam sintomas de uma alienação mental de
caráter brando e pacífico; mas durante oito anos parecia
impossível aos frades que frei Simão não tivesse um dia
revelado de modo positivo a sua loucura; objetaram isso
ao abade, mas este persistia na sua crença.
Machado de Assis. Frei Simão. In: Contos Fluminenses.Rio de Janeiro: Globo, 1997.
A respeito do período: “Chamaram-se os socorros e prestaram ao enfermo os cuidados necessários” (linhas 21 e 22), assinale a alternativa correta
- a) Ambos os sujeitos são indeterminados.
- b) O sujeito da forma verbal “chamaram-se” (linha 21) refere-se a “frades professores” (linhas 16 e 17).
- c) Os termos “os socorros” (linha 21) e “os cuidados necessários” (linha 22) exercem a função de complemento verbal nas orações em que ocorrem.
- d) O trecho “Chamaram-se” (linha 21) poderia ser corretamente substituído por Foram chamados.
- e) O termo “ao enfermo” (linhas 21 e 22) complementa o sentido do adjetivo “necessários” (linha 22).
- #36707
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(1,0) 3 -
Frei Simão era um frade da ordem dos Beneditinos.
Tinha, quando morreu, cinquenta anos em aparência, mas
na realidade trinta e oito. A causa dessa velhice prematura
derivava da que o levou ao claustro na idade de trinta
anos, e, tanto quanto se pode saber por uns fragmentos de
memórias que ele deixou, a causa era justa.
Era frei Simão de caráter taciturno e desconfiado.
Passava dias inteiros na sua cela, donde apenas saía na
hora do refeitório e dos ofícios divinos. Não contava
amizade alguma no convento, porque não era possível
entreter com ele os preliminares que fundam e consolidam
as afeições.
Em um convento, onde a comunhão das almas deve
ser mais pronta e mais profunda, frei Simão parecia fugir à
regra geral. Um dos noviços pôs-lhe alcunha de urso, que
ficou, mas só entre os noviços, bem entendido. Os frades
professores, esses, apesar do desgosto que o gênio
solitário de frei Simão lhes inspirava, sentiam por ele certo
respeito e admiração.
Um dia anuncia-se que frei Simão adoecera
gravemente. Chamaram-se os socorros e prestaram ao
enfermo todos os cuidados necessários. A moléstia era
mortal; depois de cinco dias frei Simão expirou.
Durante estes cinco dias de moléstia, a cela de frei
Simão esteve cheia de frades. Frei Simão não disse uma
palavra durante esses cinco dias; só no último, quando se
aproximava do minuto fatal, sentou-se no leito, fez
chamar-se mais perto o abade, e disse-lhe ao ouvido com
voz sufocada e em tom estranho:
— Morro odiando a humanidade!
O abade recuou até a parede ao ouvir estas
palavras, e no tom em que foram ditas. Quanto a frei
Simão, caiu sobre o travesseiro e passou à eternidade.
Depois de feitas ao irmão finado as honras que lhe
deviam, a comunidade perguntou ao seu chefe que
palavras ouvira tão sinistras que o assustaram. O abade
referiu-as persignando-se. Mas os frades não viram nessas
palavras senão um segredo do passado, sem dúvida
importante, mas não tal que pudesse lançar o terror no
espírito do abade. Este explicou-lhes a ideia que tivera
quando ouviu as palavras de frei Simão, no tom em que
foram ditas, e acompanhadas do olhar com que o
fulminou: acreditara que frei Simão tivesse doudo; mais
ainda, que tivesse entrado já doudo para a ordem. Os
hábitos da solidão e da taciturnidade a que se voltara o
frade pareciam sintomas de uma alienação mental de
caráter brando e pacífico; mas durante oito anos parecia
impossível aos frades que frei Simão não tivesse um dia
revelado de modo positivo a sua loucura; objetaram isso
ao abade, mas este persistia na sua crença.
Machado de Assis. Frei Simão. In: Contos Fluminenses.Rio de Janeiro: Globo, 1997.
Infere-se do texto que
- a) frei Simão morreu de desgosto, por odiar a humanidade.
- b) os noviços, ao contrário do que sentiam os frades professores, não sentiam respeito ou admiração por frei Simão.
- c) o terror gerado pelas palavras de frei Simão no abade atingiu todos os frades que delas tomaram conhecimento.
- d) frei Simão era um indivíduo alienado, que não tomava conhecimento do que acontecia na sociedade.
- e) frei Simão esteve preso no convento, período em que recebeu diversas visitas.
- #36708
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(1,0) 4 -
É evidente que o comportamento ético humano tem
um grau de elaboração e complexidade que o torna
distintamente humano e não apenas uma cópia daquilo
que outras espécies têm ao seu dispor. As regras da ética
criam obrigações especificamente humanas para qualquer
indivíduo normal que as conheça, e, é claro, a codificação
das regras é exclusivamente humana. Quanto às narrativas
que se construíram em torno das situações e das regras,
são também exclusivamente humanas. No fundo não é
assim tão difícil conciliar a percepção de que uma parte da
nossa estrutura biológica e psicológica tem raízes não
humanas com a noção de que a nossa compreensão
profunda da condição humana confere a essas estruturas
uma dignidade única.
A construção a que chamamos ética deve ter
começado como um programa geral de regulação biológica.
O embrião dos comportamentos éticos deve ter sido mais
uma etapa na progressão que inclui os mecanismos não
conscientes e automatizados que nos permitem regular o
metabolismo, ter pulsões e motivações e sentimentos dos
mais diversos tipos. Não é difícil imaginar a emergência da
justiça e da honra a partir de práticas de cooperação. Um
aspecto particular das emoções sociais, aquele que se
exprime sob a forma de comportamento dominante ou
submisso no interior de um certo grupo, teria tido também
um papel importante nos processos de negociação que
definem a cooperatividade.
Para que não se pense que a evolução e a sua
bagagem de genes têm tido sempre um papel maravilhoso
e nos trouxeram todos esses magníficos dispositivos, é
hora de salientar que todas as emoções positivas de que
venho falando, e que o altruísmo a que me referi, dizem
respeito ao grupo. Em termos humanos, exemplos de
grupos incluem a família, a tribo, a cidade e a nação. Para
aqueles que estão fora do grupo, a história revolucionária
das reações emocionais é bem menos amável. As emoções
simpáticas podem muito facilmente tornar-se
desagradáveis e brutais quando são dirigidas para fora do
círculo a que naturalmente se destinam. O resultado é bem
sabido: raiva, ressentimento, violência, todas as reações
que facilmente reconhecemos como embriões possíveis dos
ódios tribais, do racismo e da guerra.
Esta é também a hora de recordar que os mais
recomendáveis comportamentos humanos não são
necessariamente impressos nos circuitos neurais sob o
controle do genoma. A história de nossa civilização é, de
certo modo, a história de uma tentativa de oferecer os
melhores dentre os nossos sentimentos morais a círculos
cada vez mais amplos da humanidade, para além das
restrições do grupo, de forma a abranger, eventualmente,
a humanidade inteira. É claro que estamos muito longe de
atingir esse ideal.
António Damásio. Em busca de Espinosa. São Paulo:Companhia das Letras, 2004 (com adaptações).
Acerca dos sentidos do texto, assinale a alternativa correta.
- a) Sentimentos como raiva e ressentimento, assim como a violência, podem originar-se de emoções simpáticas.
- b) O genoma controla os comportamentos humanos, ainda que não estejam impressos nos circuitos neurais.
- c) A dignidade única atribuída à estrutura biológica e à psicológica decorre do fato de que essas estruturas têm raízes não humanas.
- d) Os comportamentos éticos são considerados avanços em relação ao metabolismo, às pulsões e aos diversos sentimentos, mecanismos não conscientes e automatizados.
- e) Apenas comportamentos éticos de determinado grau de complexidade são característicos dos humanos, sendo os demais cópias do que outras espécies dispõem.
- #36709
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(1,0) 5 -
É evidente que o comportamento ético humano tem
um grau de elaboração e complexidade que o torna
distintamente humano e não apenas uma cópia daquilo
que outras espécies têm ao seu dispor. As regras da ética
criam obrigações especificamente humanas para qualquer
indivíduo normal que as conheça, e, é claro, a codificação
das regras é exclusivamente humana. Quanto às narrativas
que se construíram em torno das situações e das regras,
são também exclusivamente humanas. No fundo não é
assim tão difícil conciliar a percepção de que uma parte da
nossa estrutura biológica e psicológica tem raízes não
humanas com a noção de que a nossa compreensão
profunda da condição humana confere a essas estruturas
uma dignidade única.
A construção a que chamamos ética deve ter
começado como um programa geral de regulação biológica.
O embrião dos comportamentos éticos deve ter sido mais
uma etapa na progressão que inclui os mecanismos não
conscientes e automatizados que nos permitem regular o
metabolismo, ter pulsões e motivações e sentimentos dos
mais diversos tipos. Não é difícil imaginar a emergência da
justiça e da honra a partir de práticas de cooperação. Um
aspecto particular das emoções sociais, aquele que se
exprime sob a forma de comportamento dominante ou
submisso no interior de um certo grupo, teria tido também
um papel importante nos processos de negociação que
definem a cooperatividade.
Para que não se pense que a evolução e a sua
bagagem de genes têm tido sempre um papel maravilhoso
e nos trouxeram todos esses magníficos dispositivos, é
hora de salientar que todas as emoções positivas de que
venho falando, e que o altruísmo a que me referi, dizem
respeito ao grupo. Em termos humanos, exemplos de
grupos incluem a família, a tribo, a cidade e a nação. Para
aqueles que estão fora do grupo, a história revolucionária
das reações emocionais é bem menos amável. As emoções
simpáticas podem muito facilmente tornar-se
desagradáveis e brutais quando são dirigidas para fora do
círculo a que naturalmente se destinam. O resultado é bem
sabido: raiva, ressentimento, violência, todas as reações
que facilmente reconhecemos como embriões possíveis dos
ódios tribais, do racismo e da guerra.
Esta é também a hora de recordar que os mais
recomendáveis comportamentos humanos não são
necessariamente impressos nos circuitos neurais sob o
controle do genoma. A história de nossa civilização é, de
certo modo, a história de uma tentativa de oferecer os
melhores dentre os nossos sentimentos morais a círculos
cada vez mais amplos da humanidade, para além das
restrições do grupo, de forma a abranger, eventualmente,
a humanidade inteira. É claro que estamos muito longe de
atingir esse ideal.
António Damásio. Em busca de Espinosa. São Paulo:Companhia das Letras, 2004 (com adaptações).
Em cada uma das alternativas a seguir, é apresentado um trecho do texto, seguido de uma proposta de reescrita. Assinale a alternativa que apresenta uma proposta de reescrita que mantém o sentido original e a correção gramatical do texto.
- a) “As regras da ética criam obrigações especificamente humanas para qualquer indivíduo normal que as conheça, e, é claro, a codificação das regras é exclusivamente humana.” (linhas de 4 a 7) — Cria-se, a partir das regras da ética, obrigações humanas especificamente para todo indivíduo normal que as conheça; claramente, a codificação das regras é de exclusividade do homem.
- b) “A construção a que chamamos ética deve ter começado como um programa geral de regulação biológica.” (linhas 15 e 16) — A construção do que se chama ética começou, possivelmente, como um programa geral de regulação da biologia.
- c) “Um aspecto particular das emoções sociais, aquele que se exprime sob a forma de comportamento dominante ou submisso no interior de um certo grupo, teria tido também um papel importante nos processos de negociação que definem a cooperatividade” (linhas de 22 a 27) — Nos processos de negociação que definem a cooperatividade, o papel do aspecto particular das emoções sociais, aspecto esse que se exprime sob a forma de comportamento dominante ou submisso no interior de determinado grupo teria sido também importante.
- d) “Em termos humanos, exemplos de grupos incluem a família, a tribo, a cidade e a nação.” (linhas 33 e 34) —Considerando-se a humanidade, a família, a tribo, a cidade e a nação incluem-se nos exemplos de grupo.
- e) “O resultado é bem sabido: raiva, ressentimento, violência, todas as reações que facilmente reconhecemos como embriões possíveis dos ódios tribais, do racismo e da guerra.” (linhas de 39 a 42) — Sabe-se bem o resultado. São raiva, ressentimento, violência, reações que se reconhecem todas como embriões possíveis do preconceito, das lutas tribais e das disputas territoriais.
- #36710
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(1,0) 6 -
É evidente que o comportamento ético humano tem
um grau de elaboração e complexidade que o torna
distintamente humano e não apenas uma cópia daquilo
que outras espécies têm ao seu dispor. As regras da ética
criam obrigações especificamente humanas para qualquer
indivíduo normal que as conheça, e, é claro, a codificação
das regras é exclusivamente humana. Quanto às narrativas
que se construíram em torno das situações e das regras,
são também exclusivamente humanas. No fundo não é
assim tão difícil conciliar a percepção de que uma parte da
nossa estrutura biológica e psicológica tem raízes não
humanas com a noção de que a nossa compreensão
profunda da condição humana confere a essas estruturas
uma dignidade única.
A construção a que chamamos ética deve ter
começado como um programa geral de regulação biológica.
O embrião dos comportamentos éticos deve ter sido mais
uma etapa na progressão que inclui os mecanismos não
conscientes e automatizados que nos permitem regular o
metabolismo, ter pulsões e motivações e sentimentos dos
mais diversos tipos. Não é difícil imaginar a emergência da
justiça e da honra a partir de práticas de cooperação. Um
aspecto particular das emoções sociais, aquele que se
exprime sob a forma de comportamento dominante ou
submisso no interior de um certo grupo, teria tido também
um papel importante nos processos de negociação que
definem a cooperatividade.
Para que não se pense que a evolução e a sua
bagagem de genes têm tido sempre um papel maravilhoso
e nos trouxeram todos esses magníficos dispositivos, é
hora de salientar que todas as emoções positivas de que
venho falando, e que o altruísmo a que me referi, dizem
respeito ao grupo. Em termos humanos, exemplos de
grupos incluem a família, a tribo, a cidade e a nação. Para
aqueles que estão fora do grupo, a história revolucionária
das reações emocionais é bem menos amável. As emoções
simpáticas podem muito facilmente tornar-se
desagradáveis e brutais quando são dirigidas para fora do
círculo a que naturalmente se destinam. O resultado é bem
sabido: raiva, ressentimento, violência, todas as reações
que facilmente reconhecemos como embriões possíveis dos
ódios tribais, do racismo e da guerra.
Esta é também a hora de recordar que os mais
recomendáveis comportamentos humanos não são
necessariamente impressos nos circuitos neurais sob o
controle do genoma. A história de nossa civilização é, de
certo modo, a história de uma tentativa de oferecer os
melhores dentre os nossos sentimentos morais a círculos
cada vez mais amplos da humanidade, para além das
restrições do grupo, de forma a abranger, eventualmente,
a humanidade inteira. É claro que estamos muito longe de
atingir esse ideal.
António Damásio. Em busca de Espinosa. São Paulo:Companhia das Letras, 2004 (com adaptações).
Em relação aos aspectos linguísticos do texto, assinale a alternativa correta.
- a) O pronome “aquilo”, em “daquilo” (linha 3), que retoma “cópia” (linha 3), exerce a função de complemento da forma verbal “têm” (linha 4).
- b) A partícula “se”, em “se construíram” (linha 8), classifica-se como pronome reflexivo.
- c) O sujeito da forma verbal “pense” (linha 28) é indeterminado.
- d) O sentido original do texto seria prejudicado caso se substituísse a locução “venho falando” (linha 32) portenho falado.
- e) A partícula “se”, em “tornar-se” (linha 37), poderia ser corretamente deslocada para imediatamente após a forma verbal “podem” (linha 37), da seguinte forma: podem-se muito facilmente tornar.
- #36711
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(1,0) 7 -
É evidente que o comportamento ético humano tem
um grau de elaboração e complexidade que o torna
distintamente humano e não apenas uma cópia daquilo
que outras espécies têm ao seu dispor. As regras da ética
criam obrigações especificamente humanas para qualquer
indivíduo normal que as conheça, e, é claro, a codificação
das regras é exclusivamente humana. Quanto às narrativas
que se construíram em torno das situações e das regras,
são também exclusivamente humanas. No fundo não é
assim tão difícil conciliar a percepção de que uma parte da
nossa estrutura biológica e psicológica tem raízes não
humanas com a noção de que a nossa compreensão
profunda da condição humana confere a essas estruturas
uma dignidade única.
A construção a que chamamos ética deve ter
começado como um programa geral de regulação biológica.
O embrião dos comportamentos éticos deve ter sido mais
uma etapa na progressão que inclui os mecanismos não
conscientes e automatizados que nos permitem regular o
metabolismo, ter pulsões e motivações e sentimentos dos
mais diversos tipos. Não é difícil imaginar a emergência da
justiça e da honra a partir de práticas de cooperação. Um
aspecto particular das emoções sociais, aquele que se
exprime sob a forma de comportamento dominante ou
submisso no interior de um certo grupo, teria tido também
um papel importante nos processos de negociação que
definem a cooperatividade.
Para que não se pense que a evolução e a sua
bagagem de genes têm tido sempre um papel maravilhoso
e nos trouxeram todos esses magníficos dispositivos, é
hora de salientar que todas as emoções positivas de que
venho falando, e que o altruísmo a que me referi, dizem
respeito ao grupo. Em termos humanos, exemplos de
grupos incluem a família, a tribo, a cidade e a nação. Para
aqueles que estão fora do grupo, a história revolucionária
das reações emocionais é bem menos amável. As emoções
simpáticas podem muito facilmente tornar-se
desagradáveis e brutais quando são dirigidas para fora do
círculo a que naturalmente se destinam. O resultado é bem
sabido: raiva, ressentimento, violência, todas as reações
que facilmente reconhecemos como embriões possíveis dos
ódios tribais, do racismo e da guerra.
Esta é também a hora de recordar que os mais
recomendáveis comportamentos humanos não são
necessariamente impressos nos circuitos neurais sob o
controle do genoma. A história de nossa civilização é, de
certo modo, a história de uma tentativa de oferecer os
melhores dentre os nossos sentimentos morais a círculos
cada vez mais amplos da humanidade, para além das
restrições do grupo, de forma a abranger, eventualmente,
a humanidade inteira. É claro que estamos muito longe de
atingir esse ideal.
António Damásio. Em busca de Espinosa. São Paulo:Companhia das Letras, 2004 (com adaptações).
No texto, a palavra
- a) “embrião” (linha 17) foi empregada em seu sentido denotativo.
- b) “emergência” (linha 21) foi empregada no sentido de imprevisto.
- c) “altruísmo” (linha 32) é sinônima de filantropia.
- d) “recomendáveis” (linha 44) equivale, em sentido, a recomendados, assim como “amável” (linha 36) aamada.
- e) “ideal” (linha 52) é sinônima de fantástico.
- #36712
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(1,0) 8 -
A Constituição Federal de 1988 municiou a
sociedade de garantias de acesso a informações públicas
ou privadas, que assegurem o controle social, inclusive,
dotando o cidadão de meios de denunciar a existência de
irregularidades de que detenha conhecimento. Tal direito
encontra-se expressamente disposto no art. 74, parágrafo
segundo, da Constituição:
Art. 74
§ 2.° Qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato é parte legítima
para, na forma da lei, denunciar
irregularidades perante o Tribunal de Contas
da União.
Adentrando no tema controle de Administração
Pública propriamente, podemos dizer que o controle
interno pode ser entendido como o autocontrole (ou
autotutela), ou seja, aquele exercido pelo próprio Poder
Público, em sua esfera administrativa, com vistas a
disciplinar rotinas e evidenciar procedimentos ilegais ou
ilegítimos.
O controle externo do Poder Executivo, no Brasil, é
exercido pelo Poder Legislativo e tem o objetivo de
comprovar a probidade na administração de bens e
recursos públicos, ou seja, no exercício do controle
externo, fiscaliza-se a arrecadação, a guarda e a aplicação
de tais recursos, e ainda, a conservação do patrimônio.
Esse é sem sombra de dúvidas um controle político. O
controle técnico, sob os pontos de vista da legalidade
contábil e financeira, fica a cargo dos Tribunais de Contas.
De um modo geral, o controle tem um sentido
amplo, engloba a fiscalização, a programação, a alocação e
o dispêndio de recursos públicos.
No que se refere aos aspectos linguísticos do texto, assinale a alternativa correta.
- a) O termo “de garantias” (linha 2) exerce a função de complemento do substantivo “sociedade” (linha 2).
- b) O agente da forma verbal “dotando” (linha 4) é interpretado como “informações” (linha 2).
- c) Na linha 4, a preposição “de” empregada imediatamente após “meios” poderia ser corretamente substituída por para.
- d) Na linha 5, o pronome “que” exerce a função de complemento da forma verbal “detenha”.
- e) É facultativo o emprego do acento indicativo de crase no “a”, em “com vistas a disciplinar” (linhas 18 e 19).
- #36713
- Banca
- FUNIVERSA
- Matéria
- Português
- Concurso
- Polícia Civil-DF
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(1,0) 9 -
Nas alternativas a seguir , são apresentados trechos de texto adaptado de . Assinale a alternativa que apresenta trecho gramaticalmente correto.
- a) Encontra-se certa confusão entre os conceitos de fiscalização com o de controle. As interpretações equivocadas podem resultar em interpretações distintas às originalmente pretendidas pelo legislador.
- b) O controle tem conteúdo sociológico, onde os cidadãos exercem coerção sobre autoridades, devendo estas orientarem as ações do poder administrativo de acordo com o ambiente social.
- c) Ao mencionar o conceito de fiscalização, a Constituição empresta-lhe um significado técnico, não político. Fiscalizar implica atividade contábil, financeira, de caráter operacional e patrimonial.
- d) Controlar pressupõe a definição da ação a ser feita e encerra um componente indefinido vinculado a manifestação popular. Controlar é o gênero fiscalizar é a espécie.
- e) O controle interno consiste em uma estrutura montada em um órgão público, dotada de pessoas capacitadas e designadas, para a tarefa de efetuar o controle dos atos administrativos.
- #36714
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(1,0) 10 -
O esforço de classificar expressões como de uso a ser evitado ou como de uso recomendável atende, primordialmente, ao princípio da clareza e da transparência que deve nortear a elaboração de todo texto oficial. Não se trata, pois, de mera preferência ou gosto por determinada forma.
A linguagem dos textos oficiais deve sempre pautar-se pelo padrão culto formal da língua.
Gilmar Ferreira Mendes e Nestor José Forster Júnior. Manual de Redação da Presidência da República. 2.ª ed. rev. e atual. Brasília: Presidência da República, 2002, p. 70-1 (com adaptações).
Considerando o texto, assinale a alternativa que apresenta expressão de uso recomendável em comunicações oficiais.
- a) Na medida em que se esgotaram as possibilidades de negociação, o projeto foi integralmente vetado.
- b) Ambos os dois ministros assinaram a Portaria.
- c) Encaminhamos anexas as minutas.
- d) O assunto deve ser regulado através de decreto.
- e) A decisão foi tomada a nível de Ministério.