Prova Polícia Militar-MS - Português 1 - Questões e Simulados (Edital 2013) | CONCURSO
Questões ou Simulados conforme Edital do Concurso Polícia Militar (MS) 2013
OBJETIVOS
Aprimorar os conhecimentos adquiridos durante os seus estudos, de forma a avaliar a sua aprendizagem, utilizando para isso as metodologias e critérios idênticos aos maiores e melhores concursos públicos do país, através de simulados, provas e questões de concursos.
PÚBLICO ALVO
Candidatos e/ou concursandos, que almejam aprovação em concursos públicos de nível Médio do concurso Polícia Militar (MS).
SOBRE AS QUESTÕES
Este simulado contém questões da banca Várias, para nível Médio do cargo de Soldado . Auxiliando em sua aprovação no concurso público escolhido. Utilizamos provas de concursos anteriores, conforme editais mais recentes Polícia Militar (MS).
*CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA PROVA-SIMULADO- QUESTÕES de Português 1 do concurso Polícia Militar (MS).
- Questões de Leitura e entendimento de textos.
- Questões de Encontros vocálicos e Leitura e entendimento de textos.
- Questões de Encontros vocálicos: hiato, ditongo, tritongo. Encontros consonantais. Dígrafos. Divisão silábica. Tonicidade.
- Questões de Ortografia. Acentuação gráfica.
- Questões de Reforma ortográfica 2009.
- Questões de Uso do acento indicador de crase.
- Questões de Sinais de pontuação: uso dos sinais de pontuação.
- Questões de Significação das palavras: sinônimos e antônimos, homônimos, parônimos e homógrafos, denotação e conotação.
- Questões de Formação de palavras. Classificação, flexão e emprego das palavras. Termos da oração: essenciais, integrantes e acessórios.
- Questões de Regência nominal e verbal. Concordância nominal e verbal.
- Questões de Colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos.
- Questões de Forma e grafia de algumas palavras e expressões: por que/ por quê/ porque/ porquê; onde/aonde; mas/mais; a/há; demais/de mais; mal/mau.
- Questões de Coesão e coerência textual.
- Nem todos os assuntos serão abordados neste simulado de prova e questões de Português 1.
- #24989
- Banca
- . Bancas Diversas
- Matéria
- Português
- Concurso
- Polícia Militar-MS
- Tipo
- Múltipla escolha
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(1,0) 1 -
Um ano de ausência
- a) Na sua relação com a natureza, não havia intermediação de ordem intelectual. (interferências do inte- lecto)
- b) Essa graça espontânea que a tudo dá gosto. (Esses divertimentos espontâneos)
- c) Incapaz de simulação, ou até, em certos casos, de uma ponta de hipocrisia que se debita à polidez so- cial. (das tendências hipócritas)
- d) Seu claro olhar de sabedoria espiava o Brasil com algum tédio. (Seus olhos cheios de sabedoria)
- e) “Aqui mora um solteiro feliz”. (pessoas felizes)
- #24990
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(1,0) 2 -
Um ano de ausência
A porta aberta, você dava logo de cara com um azulejo
na parede: “Aqui mora um solteiro feliz”. Uma pitada de humor
com um toque popular. Essa graça espontânea que a tudo dá
gosto. Do contrário, a vida é só enfado e mormaço. Era de fato
um solitário. Precisava de ser só. Nisso, sua personalidade era
feita de uma peça só. Incapaz de simulação, ou até, em certos
casos, de uma ponta de hipocrisia que se debita à polidez social.
Nunca vi solitário de porta tão aberta. Nesse sentido,
falando de Minas, do tempo em que lá viveu, observava o recato,
a quase avareza com que os mineiros tratam o forasteiro.
Talvez por isso nunca se esqueceu de um almoço em Caeté,
que lhe deu uma página antológica do ponto de vista das duas
artes ? a culinária e a literária. Sendo de um temperamento
encolhido, sobretudo na mocidade, gostava desse clima de
intimidade que cria laços de confiança e amizade para sempre.
À primeira vista, ou de longe, parecia, sim, o que os
franceses chamam de um urso. Sempre metido consigo mesmo,
fabricava o seu próprio mel. Espécie de ruminante, que se
alimentava da matula que traz de nascença. Fugia da cilada
sentimental, ou da emoção, pelo atalho do senso de humor. Sabia
manejar a lâmina da ironia, nunca a usava a seco. Sempre
compensada por uma tirada de forte teor humano. Horror ao
pedantismo, à afetação. Não impostava a voz, nem a pena.
Talvez tivesse qualquer coisa de bicho, esse homem
sensível à beleza fugaz deste mundo. Na sua relação com
a natureza, não havia intermediação de ordem intelectual. O coração
da vida pulsava no seu coração. Era um ser livre e lírico.
Seu claro olhar de sabedoria espiava o Brasil com algum tédio.
País sem jeito, que trata mal as crianças e os pobres. O sentimento
de justiça sem apelo ideológico. Muito antes do modismo conservacionista,
pleiteou a causa do macaco carvoeiro e de todo e qualquer ser
ameaçado. Tinha uma disponibilidade fundamental para ver e escrever. Um
senhor poeta, o cronista Rubem Braga.
(Adaptado de: Otto Lara Resende. Bom dia para nascer: crônicas publicadas na Folha de S.Paulo. São Paulo: Cia. das Letras, 2011, p. 259 e 260)
Do contrário, a vida é só enfado e mormaço. (1o parágrafo) A palavra empregada no texto que tem o mesmo sentido da grifada na frase acima é:
- a) tédio.
- b) simulação.
- c) pedantismo.
- d) emoção.
- e) recato.
- #24991
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(1,0) 3 -
Um ano de ausência
A porta aberta, você dava logo de cara com um azulejo
na parede: “Aqui mora um solteiro feliz”. Uma pitada de humor
com um toque popular. Essa graça espontânea que a tudo dá
gosto. Do contrário, a vida é só enfado e mormaço. Era de fato
um solitário. Precisava de ser só. Nisso, sua personalidade era
feita de uma peça só. Incapaz de simulação, ou até, em certos
casos, de uma ponta de hipocrisia que se debita à polidez social.
Nunca vi solitário de porta tão aberta. Nesse sentido,
falando de Minas, do tempo em que lá viveu, observava o recato,
a quase avareza com que os mineiros tratam o forasteiro.
Talvez por isso nunca se esqueceu de um almoço em Caeté,
que lhe deu uma página antológica do ponto de vista das duas
artes ? a culinária e a literária. Sendo de um temperamento
encolhido, sobretudo na mocidade, gostava desse clima de
intimidade que cria laços de confiança e amizade para sempre.
À primeira vista, ou de longe, parecia, sim, o que os
franceses chamam de um urso. Sempre metido consigo mesmo,
fabricava o seu próprio mel. Espécie de ruminante, que se
alimentava da matula que traz de nascença. Fugia da cilada
sentimental, ou da emoção, pelo atalho do senso de humor. Sabia
manejar a lâmina da ironia, nunca a usava a seco. Sempre
compensada por uma tirada de forte teor humano. Horror ao
pedantismo, à afetação. Não impostava a voz, nem a pena.
Talvez tivesse qualquer coisa de bicho, esse homem
sensível à beleza fugaz deste mundo. Na sua relação com
a natureza, não havia intermediação de ordem intelectual. O coração
da vida pulsava no seu coração. Era um ser livre e lírico.
Seu claro olhar de sabedoria espiava o Brasil com algum tédio.
País sem jeito, que trata mal as crianças e os pobres. O sentimento
de justiça sem apelo ideológico. Muito antes do modismo conservacionista,
pleiteou a causa do macaco carvoeiro e de todo e qualquer ser
ameaçado. Tinha uma disponibilidade fundamental para ver e escrever. Um
senhor poeta, o cronista Rubem Braga.
(Adaptado de: Otto Lara Resende. Bom dia para nascer: crônicas publicadas na Folha de S.Paulo. São Paulo: Cia. das Letras, 2011, p. 259 e 260)
Rubem Braga é caracterizado pelo autor como um:
- a) verdadeiro urso, a ponto de viver isolado dos ho- mens, preocupado apenas com a natureza e com a preservação do meio ambiente, tornando-se o gran- de inspirador do movimento conservacionista no Brasil.
- b) homem extremamente engraçado, a ponto de fazer piada da própria solidão, mas que se deixava levar por momentos de tristeza e abatimento ao experi- mentar uma de suas diversas desilusões amorosas.
- c) poeta que acabou se tornando cronista, o que fez com que seu lirismo e sensibilidade dessem lugar à ironia dirigida contra a sociedade e à recusa a agir de acordo com as normas e convenções sociais.
- d) homem tímido e solitário, que não abria mão da fran- queza sob o pretexto de guardar as conveniências, e ao mesmo tempo uma pessoa acolhedora e capaz de amizades duradouras, sendo ainda grande aman- te da natureza.
- e) homem que nasceu em Minas Gerais e detestava os mineiros e um brasileiro que não gostava do Brasil, aspectos de sua personalidade que Otto Lara Resende lamenta, por mais que pudessem ter ori- gem em justas preocupações.
- #24992
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(1,0) 4 -
Um ano de ausência
A porta aberta, você dava logo de cara com um azulejo
na parede: “Aqui mora um solteiro feliz”. Uma pitada de humor
com um toque popular. Essa graça espontânea que a tudo dá
gosto. Do contrário, a vida é só enfado e mormaço. Era de fato
um solitário. Precisava de ser só. Nisso, sua personalidade era
feita de uma peça só. Incapaz de simulação, ou até, em certos
casos, de uma ponta de hipocrisia que se debita à polidez social.
Nunca vi solitário de porta tão aberta. Nesse sentido,
falando de Minas, do tempo em que lá viveu, observava o recato,
a quase avareza com que os mineiros tratam o forasteiro.
Talvez por isso nunca se esqueceu de um almoço em Caeté,
que lhe deu uma página antológica do ponto de vista das duas
artes ? a culinária e a literária. Sendo de um temperamento
encolhido, sobretudo na mocidade, gostava desse clima de
intimidade que cria laços de confiança e amizade para sempre.
À primeira vista, ou de longe, parecia, sim, o que os
franceses chamam de um urso. Sempre metido consigo mesmo,
fabricava o seu próprio mel. Espécie de ruminante, que se
alimentava da matula que traz de nascença. Fugia da cilada
sentimental, ou da emoção, pelo atalho do senso de humor. Sabia
manejar a lâmina da ironia, nunca a usava a seco. Sempre
compensada por uma tirada de forte teor humano. Horror ao
pedantismo, à afetação. Não impostava a voz, nem a pena.
Talvez tivesse qualquer coisa de bicho, esse homem
sensível à beleza fugaz deste mundo. Na sua relação com
a natureza, não havia intermediação de ordem intelectual. O coração
da vida pulsava no seu coração. Era um ser livre e lírico.
Seu claro olhar de sabedoria espiava o Brasil com algum tédio.
País sem jeito, que trata mal as crianças e os pobres. O sentimento
de justiça sem apelo ideológico. Muito antes do modismo conservacionista,
pleiteou a causa do macaco carvoeiro e de todo e qualquer ser
ameaçado. Tinha uma disponibilidade fundamental para ver e escrever. Um
senhor poeta, o cronista Rubem Braga.
(Adaptado de: Otto Lara Resende. Bom dia para nascer: crônicas publicadas na Folha de S.Paulo. São Paulo: Cia. das Letras, 2011, p. 259 e 260)
Considerado o contexto, o segmento cujo sentido está adequadamente expresso em outras palavras é:
- a) sem apelo ideológico (4o parágrafo) = desprovido de ideias revolucionárias
- b) manejar a lâmina da ironia (3o parágrafo) = lidar com o cortante da blasfêmia
- c) se alimentava da matula (3o parágrafo) = se nutria da provisão
- d) pelo atalho do senso de humor (3o parágrafo) = atra- vés de um muxoxo
- e) tratam o forasteiro (2o parágrafo) = referem-se ao salteador
- #24993
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(1,0) 5 -
Um ano de ausência
A porta aberta, você dava logo de cara com um azulejo
na parede: “Aqui mora um solteiro feliz”. Uma pitada de humor
com um toque popular. Essa graça espontânea que a tudo dá
gosto. Do contrário, a vida é só enfado e mormaço. Era de fato
um solitário. Precisava de ser só. Nisso, sua personalidade era
feita de uma peça só. Incapaz de simulação, ou até, em certos
casos, de uma ponta de hipocrisia que se debita à polidez social.
Nunca vi solitário de porta tão aberta. Nesse sentido,
falando de Minas, do tempo em que lá viveu, observava o recato,
a quase avareza com que os mineiros tratam o forasteiro.
Talvez por isso nunca se esqueceu de um almoço em Caeté,
que lhe deu uma página antológica do ponto de vista das duas
artes ? a culinária e a literária. Sendo de um temperamento
encolhido, sobretudo na mocidade, gostava desse clima de
intimidade que cria laços de confiança e amizade para sempre.
À primeira vista, ou de longe, parecia, sim, o que os
franceses chamam de um urso. Sempre metido consigo mesmo,
fabricava o seu próprio mel. Espécie de ruminante, que se
alimentava da matula que traz de nascença. Fugia da cilada
sentimental, ou da emoção, pelo atalho do senso de humor. Sabia
manejar a lâmina da ironia, nunca a usava a seco. Sempre
compensada por uma tirada de forte teor humano. Horror ao
pedantismo, à afetação. Não impostava a voz, nem a pena.
Talvez tivesse qualquer coisa de bicho, esse homem
sensível à beleza fugaz deste mundo. Na sua relação com
a natureza, não havia intermediação de ordem intelectual. O coração
da vida pulsava no seu coração. Era um ser livre e lírico.
Seu claro olhar de sabedoria espiava o Brasil com algum tédio.
País sem jeito, que trata mal as crianças e os pobres. O sentimento
de justiça sem apelo ideológico. Muito antes do modismo conservacionista,
pleiteou a causa do macaco carvoeiro e de todo e qualquer ser
ameaçado. Tinha uma disponibilidade fundamental para ver e escrever. Um
senhor poeta, o cronista Rubem Braga.
(Adaptado de: Otto Lara Resende. Bom dia para nascer: crônicas publicadas na Folha de S.Paulo. São Paulo: Cia. das Letras, 2011, p. 259 e 260)
Muito antes do modismo conservacionista, pleiteou a causa do macaco carvoeiro e de todo e qualquer ser ameaçado. .A transposição para a voz passiva da frase acima resultará na forma verbal:
- a) foi pleiteada.
- b) foram pleiteados.
- c) foi pleiteado.
- d) pleitearam-se.
- e) era pleiteada.
- #24994
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(1,0) 6 -
Um ano de ausência
A porta aberta, você dava logo de cara com um azulejo
na parede: “Aqui mora um solteiro feliz”. Uma pitada de humor
com um toque popular. Essa graça espontânea que a tudo dá
gosto. Do contrário, a vida é só enfado e mormaço. Era de fato
um solitário. Precisava de ser só. Nisso, sua personalidade era
feita de uma peça só. Incapaz de simulação, ou até, em certos
casos, de uma ponta de hipocrisia que se debita à polidez social.
Nunca vi solitário de porta tão aberta. Nesse sentido,
falando de Minas, do tempo em que lá viveu, observava o recato,
a quase avareza com que os mineiros tratam o forasteiro.
Talvez por isso nunca se esqueceu de um almoço em Caeté,
que lhe deu uma página antológica do ponto de vista das duas
artes ? a culinária e a literária. Sendo de um temperamento
encolhido, sobretudo na mocidade, gostava desse clima de
intimidade que cria laços de confiança e amizade para sempre.
À primeira vista, ou de longe, parecia, sim, o que os
franceses chamam de um urso. Sempre metido consigo mesmo,
fabricava o seu próprio mel. Espécie de ruminante, que se
alimentava da matula que traz de nascença. Fugia da cilada
sentimental, ou da emoção, pelo atalho do senso de humor. Sabia
manejar a lâmina da ironia, nunca a usava a seco. Sempre
compensada por uma tirada de forte teor humano. Horror ao
pedantismo, à afetação. Não impostava a voz, nem a pena.
Talvez tivesse qualquer coisa de bicho, esse homem
sensível à beleza fugaz deste mundo. Na sua relação com
a natureza, não havia intermediação de ordem intelectual. O coração
da vida pulsava no seu coração. Era um ser livre e lírico.
Seu claro olhar de sabedoria espiava o Brasil com algum tédio.
País sem jeito, que trata mal as crianças e os pobres. O sentimento
de justiça sem apelo ideológico. Muito antes do modismo conservacionista,
pleiteou a causa do macaco carvoeiro e de todo e qualquer ser
ameaçado. Tinha uma disponibilidade fundamental para ver e escrever. Um
senhor poeta, o cronista Rubem Braga.
(Adaptado de: Otto Lara Resende. Bom dia para nascer: crônicas publicadas na Folha de S.Paulo. São Paulo: Cia. das Letras, 2011, p. 259 e 260)
A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, com os necessários ajustes, foi realizada corretamente em:
- a) tratam o forasteiro = tratam-lo (2o parágrafo)
- b) espiava o Brasil = espiava-lhe (4o parágrafo)
- c) que cria laços = que nos cria (2o parágrafo)
- d) Não impostava a voz >= Não lhe impostava (3o pará- grafo)
- e) manejar a lâmina = manejá-la (3o parágrafo)
- #24995
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(1,0) 7 -
Um ano de ausência
A porta aberta, você dava logo de cara com um azulejo
na parede: “Aqui mora um solteiro feliz”. Uma pitada de humor
com um toque popular. Essa graça espontânea que a tudo dá
gosto. Do contrário, a vida é só enfado e mormaço. Era de fato
um solitário. Precisava de ser só. Nisso, sua personalidade era
feita de uma peça só. Incapaz de simulação, ou até, em certos
casos, de uma ponta de hipocrisia que se debita à polidez social.
Nunca vi solitário de porta tão aberta. Nesse sentido,
falando de Minas, do tempo em que lá viveu, observava o recato,
a quase avareza com que os mineiros tratam o forasteiro.
Talvez por isso nunca se esqueceu de um almoço em Caeté,
que lhe deu uma página antológica do ponto de vista das duas
artes ? a culinária e a literária. Sendo de um temperamento
encolhido, sobretudo na mocidade, gostava desse clima de
intimidade que cria laços de confiança e amizade para sempre.
À primeira vista, ou de longe, parecia, sim, o que os
franceses chamam de um urso. Sempre metido consigo mesmo,
fabricava o seu próprio mel. Espécie de ruminante, que se
alimentava da matula que traz de nascença. Fugia da cilada
sentimental, ou da emoção, pelo atalho do senso de humor. Sabia
manejar a lâmina da ironia, nunca a usava a seco. Sempre
compensada por uma tirada de forte teor humano. Horror ao
pedantismo, à afetação. Não impostava a voz, nem a pena.
Talvez tivesse qualquer coisa de bicho, esse homem
sensível à beleza fugaz deste mundo. Na sua relação com
a natureza, não havia intermediação de ordem intelectual. O coração
da vida pulsava no seu coração. Era um ser livre e lírico.
Seu claro olhar de sabedoria espiava o Brasil com algum tédio.
País sem jeito, que trata mal as crianças e os pobres. O sentimento
de justiça sem apelo ideológico. Muito antes do modismo conservacionista,
pleiteou a causa do macaco carvoeiro e de todo e qualquer ser
ameaçado. Tinha uma disponibilidade fundamental para ver e escrever. Um
senhor poeta, o cronista Rubem Braga.
(Adaptado de: Otto Lara Resende. Bom dia para nascer: crônicas publicadas na Folha de S.Paulo. São Paulo: Cia. das Letras, 2011, p. 259 e 260)
... clima de intimidade que cria laços de confiança e amizade para sempre.O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o verbo grifado acima está empregado em:
- a) Fugia da cilada sentimental, ou da emoção, pelo ata- lho do senso de humor.
- b) Era um ser livre e lírico.
- c) Não impostava a voz, nem a pena.
- d) Talvez por isso nunca se esqueceu de um almoço em Caeté...
- e) Essa graça espontânea que a tudo dá gosto.
- #24996
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(1,0) 8 -
Um ano de ausência
A porta aberta, você dava logo de cara com um azulejo
na parede: “Aqui mora um solteiro feliz”. Uma pitada de humor
com um toque popular. Essa graça espontânea que a tudo dá
gosto. Do contrário, a vida é só enfado e mormaço. Era de fato
um solitário. Precisava de ser só. Nisso, sua personalidade era
feita de uma peça só. Incapaz de simulação, ou até, em certos
casos, de uma ponta de hipocrisia que se debita à polidez social.
Nunca vi solitário de porta tão aberta. Nesse sentido,
falando de Minas, do tempo em que lá viveu, observava o recato,
a quase avareza com que os mineiros tratam o forasteiro.
Talvez por isso nunca se esqueceu de um almoço em Caeté,
que lhe deu uma página antológica do ponto de vista das duas
artes ? a culinária e a literária. Sendo de um temperamento
encolhido, sobretudo na mocidade, gostava desse clima de
intimidade que cria laços de confiança e amizade para sempre.
À primeira vista, ou de longe, parecia, sim, o que os
franceses chamam de um urso. Sempre metido consigo mesmo,
fabricava o seu próprio mel. Espécie de ruminante, que se
alimentava da matula que traz de nascença. Fugia da cilada
sentimental, ou da emoção, pelo atalho do senso de humor. Sabia
manejar a lâmina da ironia, nunca a usava a seco. Sempre
compensada por uma tirada de forte teor humano. Horror ao
pedantismo, à afetação. Não impostava a voz, nem a pena.
Talvez tivesse qualquer coisa de bicho, esse homem
sensível à beleza fugaz deste mundo. Na sua relação com
a natureza, não havia intermediação de ordem intelectual. O coração
da vida pulsava no seu coração. Era um ser livre e lírico.
Seu claro olhar de sabedoria espiava o Brasil com algum tédio.
País sem jeito, que trata mal as crianças e os pobres. O sentimento
de justiça sem apelo ideológico. Muito antes do modismo conservacionista,
pleiteou a causa do macaco carvoeiro e de todo e qualquer ser
ameaçado. Tinha uma disponibilidade fundamental para ver e escrever. Um
senhor poeta, o cronista Rubem Braga.
(Adaptado de: Otto Lara Resende. Bom dia para nascer: crônicas publicadas na Folha de S.Paulo. São Paulo: Cia. das Letras, 2011, p. 259 e 260)
Talvez tivesse qualquer coisa de bicho, esse homem sen- sível à beleza fugaz deste mundo. .A crase empregada acima pode ser corretamente mantida caso, sem qualquer outra alteração da frase, o segmento sublinhado seja substituído por:
- a) tudo o que é fugazmente formoso.
- b) efêmera graciosidade das formas.
- c) muitas formas belas e efêmeras.
- d) toda sorte de formas belas e fugazes.
- e) determinada categoria de beleza.
- #24997
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(1,0) 9 -
Assistir à televisão era algo especial, a começar pelo
manuseio do aparelho. Frequentemente apenas uma pessoa ?
no geral, um adulto ? era competente para ligá-lo e regular a
imagem. As crianças constituíam, desde o início, um segmento
importante do público, mas ainda lhes era imposta certa distância do aparelho.
Introduzida nos lares, a televisão concedia prestígio social à família.
Mais que isso: a casa se tornava um centro de atração e convivência
para a vizinhança. Por isso, o público alvo incluía os televizinhos.
Havia ainda um misto de respeito e estranhamento diante da caixa
mágica e de seus mistérios. A posse do objeto que traz as imagens
para dentro de casa significava uma postura “moderna”, uma atitude
desinibida diante da nova tecnologia.
Antes do videoteipe (VT), a teledramaturgia transportava uma carga
de emoção que era única,semelhante à tensão típica de um espetáculo
teatral. O público recebia inconscientemente essa carga e participava
de algum modo dela. Se para Aracy Cardoso o uso do VT permite sobretudo
ao ator se ver e corrigir a interpretação, Roberto de Cleto enfatiza que a
introdução do vídeo teipe prejudicou a interpretação: perdia-se uma certa
eletricidade que emanava da interpretação ao vivo. A energia que vibrava
da vontade “de se fazer bem e certo, ao vivo” não estava mais presente.
As cartas dos leitores de revistas especializadas da época revelam que o
público se propunha a participar ativamente no desenvolvimento do
novo meio. Ele exercia a crítica com a intenção de modificar o que lhe
era apresentado: a programação, a escolha dos atores, a composição dos cenários.
(Adaptado de Marta Maria Klagsbrunn. “A telenovela ao vivo”.Sujeito, o lado oculto do receptor. S.Paulo: Brasiliense, 1995, p. 94-95)
O texto enfatiza
- a) o impacto causado nas pessoas e grupos sociais pelo advento da televisão, e a diversidade de impressões recebidas e modos de se relacionar com o novo aparelho.
- b) a divisão entre adultos e crianças, de um lado, e entre as classes sociais, de outro, o que fazia do ato de ver televisão um privilégio de poucos.
- c) a associação entre tecnologia e magia, que acabou por afastar muitas pessoas da televisão, vista como aparelho misterioso e assustador.
- d) a melhoria nos relacionamentos sociais propiciada pelo surgimento da televisão, quando as pessoas passaram a frequentar as casas dos vizinhos que haviam adquirido o novo aparelho.
- e) o abismo tecnológico intransponível que separava a televisão do teatro, por maiores que fossem as semelhanças entre eles em outros aspectos.
- #24998
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(1,0) 10 -
Assistir à televisão era algo especial, a começar pelo
manuseio do aparelho. Frequentemente apenas uma pessoa ?
no geral, um adulto ? era competente para ligá-lo e regular a
imagem. As crianças constituíam, desde o início, um segmento
importante do público, mas ainda lhes era imposta certa distância do aparelho.
Introduzida nos lares, a televisão concedia prestígio social à família.
Mais que isso: a casa se tornava um centro de atração e convivência
para a vizinhança. Por isso, o público alvo incluía os televizinhos.
Havia ainda um misto de respeito e estranhamento diante da caixa
mágica e de seus mistérios. A posse do objeto que traz as imagens
para dentro de casa significava uma postura “moderna”, uma atitude
desinibida diante da nova tecnologia.
Antes do videoteipe (VT), a teledramaturgia transportava uma carga
de emoção que era única,semelhante à tensão típica de um espetáculo
teatral. O público recebia inconscientemente essa carga e participava
de algum modo dela. Se para Aracy Cardoso o uso do VT permite sobretudo
ao ator se ver e corrigir a interpretação, Roberto de Cleto enfatiza que a
introdução do vídeo teipe prejudicou a interpretação: perdia-se uma certa
eletricidade que emanava da interpretação ao vivo. A energia que vibrava
da vontade “de se fazer bem e certo, ao vivo” não estava mais presente.
As cartas dos leitores de revistas especializadas da época revelam que o
público se propunha a participar ativamente no desenvolvimento do
novo meio. Ele exercia a crítica com a intenção de modificar o que lhe
era apresentado: a programação, a escolha dos atores, a composição dos cenários.
(Adaptado de Marta Maria Klagsbrunn. “A telenovela ao vivo”.Sujeito, o lado oculto do receptor. S.Paulo: Brasiliense, 1995, p. 94-95)
No quarto parágrafo, são confrontadas duas posições opostas sobre o surgimento do videoteipe, que podem ser assim sintetizadas:
- a) na medida em que acabou com a representação ao vivo, o videoteipe foi também responsável pelo enfraquecimento da performance do ator, pois a qualidade do que fazia era colocada em segundo plano.
- b) ao possibilitar que se refizesse determinada cena, o videoteipe passou a permitir o aperfeiçoamento do desempenho do ator, mas isso se deu em detrimento da força que advinha da representação ao vivo.
- c) embora tenha contribuído para o aperfeiçoamento do trabalho do ator, o videoteipe acabou levando ao desinteresse do público por atuações cada vez mais repetitivas e previsíveis.
- d) a necessidade de que as cenas fossem refeitas inúmeras vezes foi o grande problema trazido pelo videoteipe, mas isso acabou por se refletir numa inquestionável melhoria do desempenho dos atores.
- e) à medida que desaparecia a representação ao vivo, desapareciam também as grandes interpretações, já que os atores passavam a se preocupar com detalhes técnicos e não com o que haviam aprendido no teatro.