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Concurso: Polícia Civil-DF x
#36714
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Polícia Civil-DF
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(1,0)

O esforço de classificar expressões como de uso a ser evitado ou como de uso recomendável atende, primordialmente, ao princípio da clareza e da transparência que deve nortear a elaboração de todo texto oficial. Não se trata, pois, de mera preferência ou gosto por determinada forma. 

         A linguagem dos textos oficiais deve sempre pautar-se pelo padrão culto formal da língua. 


         Gilmar Ferreira Mendes e Nestor José Forster Júnior. Manual de Redação da Presidência da República. 2.ª ed. rev. e atual. Brasília: Presidência da República, 2002, p. 70-1 (com adaptações). 


Considerando o texto, assinale a alternativa que apresenta expressão de uso recomendável em comunicações oficiais.

#36713
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(1,0)

Nas alternativas a seguir , são apresentados trechos de texto adaptado de . Assinale a alternativa que apresenta trecho gramaticalmente correto.

#36712
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(1,0)

A Constituição Federal de 1988 municiou a

sociedade de garantias de acesso a informações públicas

ou privadas, que assegurem o controle social, inclusive,

dotando o cidadão de meios de denunciar a existência de

irregularidades de que detenha conhecimento. Tal direito

encontra-se expressamente disposto no art. 74, parágrafo

segundo, da Constituição:

Art. 74

§ 2.° Qualquer cidadão, partido político,

associação ou sindicato é parte legítima

para, na forma da lei, denunciar

irregularidades perante o Tribunal de Contas

da União.

Adentrando no tema controle de Administração

Pública propriamente, podemos dizer que o controle

interno pode ser entendido como o autocontrole (ou

autotutela), ou seja, aquele exercido pelo próprio Poder

Público, em sua esfera administrativa, com vistas a

disciplinar rotinas e evidenciar procedimentos ilegais ou

ilegítimos.

O controle externo do Poder Executivo, no Brasil, é

exercido pelo Poder Legislativo e tem o objetivo de

comprovar a probidade na administração de bens e

recursos públicos, ou seja, no exercício do controle

externo, fiscaliza-se a arrecadação, a guarda e a aplicação

de tais recursos, e ainda, a conservação do patrimônio.

Esse é sem sombra de dúvidas um controle político. O

controle técnico, sob os pontos de vista da legalidade

contábil e financeira, fica a cargo dos Tribunais de Contas.

De um modo geral, o controle tem um sentido

amplo, engloba a fiscalização, a programação, a alocação e

 

 

 

o dispêndio de recursos públicos.

 

No que se refere aos aspectos linguísticos do texto, assinale a alternativa correta.

#36711
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(1,0)

É evidente que o comportamento ético humano tem

um grau de elaboração e complexidade que o torna

distintamente humano e não apenas uma cópia daquilo

que outras espécies têm ao seu dispor. As regras da ética

criam obrigações especificamente humanas para qualquer

indivíduo normal que as conheça, e, é claro, a codificação

das regras é exclusivamente humana. Quanto às narrativas

que se construíram em torno das situações e das regras,

são também exclusivamente humanas. No fundo não é

assim tão difícil conciliar a percepção de que uma parte da

nossa estrutura biológica e psicológica tem raízes não

humanas com a noção de que a nossa compreensão

profunda da condição humana confere a essas estruturas

uma dignidade única.

A construção a que chamamos ética deve ter

começado como um programa geral de regulação biológica.

O embrião dos comportamentos éticos deve ter sido mais

uma etapa na progressão que inclui os mecanismos não

conscientes e automatizados que nos permitem regular o

metabolismo, ter pulsões e motivações e sentimentos dos

mais diversos tipos. Não é difícil imaginar a emergência da

justiça e da honra a partir de práticas de cooperação. Um

aspecto particular das emoções sociais, aquele que se

exprime sob a forma de comportamento dominante ou

submisso no interior de um certo grupo, teria tido também

um papel importante nos processos de negociação que

definem a cooperatividade.

Para que não se pense que a evolução e a sua

bagagem de genes têm tido sempre um papel maravilhoso

e nos trouxeram todos esses magníficos dispositivos, é

hora de salientar que todas as emoções positivas de que

venho falando, e que o altruísmo a que me referi, dizem

respeito ao grupo. Em termos humanos, exemplos de

grupos incluem a família, a tribo, a cidade e a nação. Para

aqueles que estão fora do grupo, a história revolucionária

das reações emocionais é bem menos amável. As emoções

simpáticas podem muito facilmente tornar-se

desagradáveis e brutais quando são dirigidas para fora do

círculo a que naturalmente se destinam. O resultado é bem

sabido: raiva, ressentimento, violência, todas as reações

que facilmente reconhecemos como embriões possíveis dos

ódios tribais, do racismo e da guerra.

Esta é também a hora de recordar que os mais

recomendáveis comportamentos humanos não são

necessariamente impressos nos circuitos neurais sob o

controle do genoma. A história de nossa civilização é, de

certo modo, a história de uma tentativa de oferecer os

melhores dentre os nossos sentimentos morais a círculos

cada vez mais amplos da humanidade, para além das

restrições do grupo, de forma a abranger, eventualmente,

a humanidade inteira. É claro que estamos muito longe de

atingir esse ideal.

 

António Damásio. Em busca de Espinosa. São Paulo:Companhia das Letras, 2004 (com adaptações).

 

No texto, a palavra

#36710
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(1,0)

É evidente que o comportamento ético humano tem

um grau de elaboração e complexidade que o torna

distintamente humano e não apenas uma cópia daquilo

que outras espécies têm ao seu dispor. As regras da ética

criam obrigações especificamente humanas para qualquer

indivíduo normal que as conheça, e, é claro, a codificação

das regras é exclusivamente humana. Quanto às narrativas

que se construíram em torno das situações e das regras,

são também exclusivamente humanas. No fundo não é

assim tão difícil conciliar a percepção de que uma parte da

nossa estrutura biológica e psicológica tem raízes não

humanas com a noção de que a nossa compreensão

profunda da condição humana confere a essas estruturas

uma dignidade única.

A construção a que chamamos ética deve ter

começado como um programa geral de regulação biológica.

O embrião dos comportamentos éticos deve ter sido mais

uma etapa na progressão que inclui os mecanismos não

conscientes e automatizados que nos permitem regular o

metabolismo, ter pulsões e motivações e sentimentos dos

mais diversos tipos. Não é difícil imaginar a emergência da

justiça e da honra a partir de práticas de cooperação. Um

aspecto particular das emoções sociais, aquele que se

exprime sob a forma de comportamento dominante ou

submisso no interior de um certo grupo, teria tido também

um papel importante nos processos de negociação que

definem a cooperatividade.

Para que não se pense que a evolução e a sua

bagagem de genes têm tido sempre um papel maravilhoso

e nos trouxeram todos esses magníficos dispositivos, é

hora de salientar que todas as emoções positivas de que

venho falando, e que o altruísmo a que me referi, dizem

respeito ao grupo. Em termos humanos, exemplos de

grupos incluem a família, a tribo, a cidade e a nação. Para

aqueles que estão fora do grupo, a história revolucionária

das reações emocionais é bem menos amável. As emoções

simpáticas podem muito facilmente tornar-se

desagradáveis e brutais quando são dirigidas para fora do

círculo a que naturalmente se destinam. O resultado é bem

sabido: raiva, ressentimento, violência, todas as reações

que facilmente reconhecemos como embriões possíveis dos

ódios tribais, do racismo e da guerra.

Esta é também a hora de recordar que os mais

recomendáveis comportamentos humanos não são

necessariamente impressos nos circuitos neurais sob o

controle do genoma. A história de nossa civilização é, de

certo modo, a história de uma tentativa de oferecer os

melhores dentre os nossos sentimentos morais a círculos

cada vez mais amplos da humanidade, para além das

restrições do grupo, de forma a abranger, eventualmente,

a humanidade inteira. É claro que estamos muito longe de

atingir esse ideal.

 

António Damásio. Em busca de Espinosa. São Paulo:Companhia das Letras, 2004 (com adaptações).

 

Em relação aos aspectos linguísticos do texto, assinale a alternativa correta.

#36709
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(1,0)

É evidente que o comportamento ético humano tem

um grau de elaboração e complexidade que o torna

distintamente humano e não apenas uma cópia daquilo

que outras espécies têm ao seu dispor. As regras da ética

criam obrigações especificamente humanas para qualquer

indivíduo normal que as conheça, e, é claro, a codificação

das regras é exclusivamente humana. Quanto às narrativas

que se construíram em torno das situações e das regras,

são também exclusivamente humanas. No fundo não é

assim tão difícil conciliar a percepção de que uma parte da

nossa estrutura biológica e psicológica tem raízes não

humanas com a noção de que a nossa compreensão

profunda da condição humana confere a essas estruturas

uma dignidade única.

A construção a que chamamos ética deve ter

começado como um programa geral de regulação biológica.

O embrião dos comportamentos éticos deve ter sido mais

uma etapa na progressão que inclui os mecanismos não

conscientes e automatizados que nos permitem regular o

metabolismo, ter pulsões e motivações e sentimentos dos

mais diversos tipos. Não é difícil imaginar a emergência da

justiça e da honra a partir de práticas de cooperação. Um

aspecto particular das emoções sociais, aquele que se

exprime sob a forma de comportamento dominante ou

submisso no interior de um certo grupo, teria tido também

um papel importante nos processos de negociação que

definem a cooperatividade.

Para que não se pense que a evolução e a sua

bagagem de genes têm tido sempre um papel maravilhoso

e nos trouxeram todos esses magníficos dispositivos, é

hora de salientar que todas as emoções positivas de que

venho falando, e que o altruísmo a que me referi, dizem

respeito ao grupo. Em termos humanos, exemplos de

grupos incluem a família, a tribo, a cidade e a nação. Para

aqueles que estão fora do grupo, a história revolucionária

das reações emocionais é bem menos amável. As emoções

simpáticas podem muito facilmente tornar-se

desagradáveis e brutais quando são dirigidas para fora do

círculo a que naturalmente se destinam. O resultado é bem

sabido: raiva, ressentimento, violência, todas as reações

que facilmente reconhecemos como embriões possíveis dos

ódios tribais, do racismo e da guerra.

Esta é também a hora de recordar que os mais

recomendáveis comportamentos humanos não são

necessariamente impressos nos circuitos neurais sob o

controle do genoma. A história de nossa civilização é, de

certo modo, a história de uma tentativa de oferecer os

melhores dentre os nossos sentimentos morais a círculos

cada vez mais amplos da humanidade, para além das

restrições do grupo, de forma a abranger, eventualmente,

a humanidade inteira. É claro que estamos muito longe de

atingir esse ideal.

 

António Damásio. Em busca de Espinosa. São Paulo:Companhia das Letras, 2004 (com adaptações).

 

Em cada uma das alternativas a seguir, é apresentado um trecho do texto, seguido de uma proposta de reescrita. Assinale a alternativa que apresenta uma proposta de reescrita que mantém o sentido original e a correção gramatical do texto.

#36708
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(1,0)

É evidente que o comportamento ético humano tem

um grau de elaboração e complexidade que o torna

distintamente humano e não apenas uma cópia daquilo

que outras espécies têm ao seu dispor. As regras da ética

criam obrigações especificamente humanas para qualquer

indivíduo normal que as conheça, e, é claro, a codificação

das regras é exclusivamente humana. Quanto às narrativas

que se construíram em torno das situações e das regras,

são também exclusivamente humanas. No fundo não é

assim tão difícil conciliar a percepção de que uma parte da

nossa estrutura biológica e psicológica tem raízes não

humanas com a noção de que a nossa compreensão

profunda da condição humana confere a essas estruturas

uma dignidade única.

A construção a que chamamos ética deve ter

começado como um programa geral de regulação biológica.

O embrião dos comportamentos éticos deve ter sido mais

uma etapa na progressão que inclui os mecanismos não

conscientes e automatizados que nos permitem regular o

metabolismo, ter pulsões e motivações e sentimentos dos

mais diversos tipos. Não é difícil imaginar a emergência da

justiça e da honra a partir de práticas de cooperação. Um

aspecto particular das emoções sociais, aquele que se

exprime sob a forma de comportamento dominante ou

submisso no interior de um certo grupo, teria tido também

um papel importante nos processos de negociação que

definem a cooperatividade.

Para que não se pense que a evolução e a sua

bagagem de genes têm tido sempre um papel maravilhoso

e nos trouxeram todos esses magníficos dispositivos, é

hora de salientar que todas as emoções positivas de que

venho falando, e que o altruísmo a que me referi, dizem

respeito ao grupo. Em termos humanos, exemplos de

grupos incluem a família, a tribo, a cidade e a nação. Para

aqueles que estão fora do grupo, a história revolucionária

das reações emocionais é bem menos amável. As emoções

simpáticas podem muito facilmente tornar-se

desagradáveis e brutais quando são dirigidas para fora do

círculo a que naturalmente se destinam. O resultado é bem

sabido: raiva, ressentimento, violência, todas as reações

que facilmente reconhecemos como embriões possíveis dos

ódios tribais, do racismo e da guerra.

Esta é também a hora de recordar que os mais

recomendáveis comportamentos humanos não são

necessariamente impressos nos circuitos neurais sob o

controle do genoma. A história de nossa civilização é, de

certo modo, a história de uma tentativa de oferecer os

melhores dentre os nossos sentimentos morais a círculos

cada vez mais amplos da humanidade, para além das

restrições do grupo, de forma a abranger, eventualmente,

a humanidade inteira. É claro que estamos muito longe de

atingir esse ideal.

 

António Damásio. Em busca de Espinosa. São Paulo:Companhia das Letras, 2004 (com adaptações).

Acerca dos sentidos do texto, assinale a alternativa correta.

#36707
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Frei Simão era um frade da ordem dos Beneditinos.

Tinha, quando morreu, cinquenta anos em aparência, mas

na realidade trinta e oito. A causa dessa velhice prematura

derivava da que o levou ao claustro na idade de trinta

anos, e, tanto quanto se pode saber por uns fragmentos de

memórias que ele deixou, a causa era justa.

Era frei Simão de caráter taciturno e desconfiado.

Passava dias inteiros na sua cela, donde apenas saía na

hora do refeitório e dos ofícios divinos. Não contava

amizade alguma no convento, porque não era possível

entreter com ele os preliminares que fundam e consolidam

as afeições.

Em um convento, onde a comunhão das almas deve

ser mais pronta e mais profunda, frei Simão parecia fugir à

regra geral. Um dos noviços pôs-lhe alcunha de urso, que

ficou, mas só entre os noviços, bem entendido. Os frades

professores, esses, apesar do desgosto que o gênio

solitário de frei Simão lhes inspirava, sentiam por ele certo

respeito e admiração.

Um dia anuncia-se que frei Simão adoecera

gravemente. Chamaram-se os socorros e prestaram ao

enfermo todos os cuidados necessários. A moléstia era

mortal; depois de cinco dias frei Simão expirou.

Durante estes cinco dias de moléstia, a cela de frei

Simão esteve cheia de frades. Frei Simão não disse uma

palavra durante esses cinco dias; só no último, quando se

aproximava do minuto fatal, sentou-se no leito, fez

chamar-se mais perto o abade, e disse-lhe ao ouvido com

voz sufocada e em tom estranho:

— Morro odiando a humanidade!

O abade recuou até a parede ao ouvir estas

palavras, e no tom em que foram ditas. Quanto a frei

Simão, caiu sobre o travesseiro e passou à eternidade.

Depois de feitas ao irmão finado as honras que lhe

deviam, a comunidade perguntou ao seu chefe que

palavras ouvira tão sinistras que o assustaram. O abade

referiu-as persignando-se. Mas os frades não viram nessas

palavras senão um segredo do passado, sem dúvida

importante, mas não tal que pudesse lançar o terror no

espírito do abade. Este explicou-lhes a ideia que tivera

quando ouviu as palavras de frei Simão, no tom em que

foram ditas, e acompanhadas do olhar com que o

fulminou: acreditara que frei Simão tivesse doudo; mais

ainda, que tivesse entrado já doudo para a ordem. Os

hábitos da solidão e da taciturnidade a que se voltara o

frade pareciam sintomas de uma alienação mental de

caráter brando e pacífico; mas durante oito anos parecia

impossível aos frades que frei Simão não tivesse um dia

revelado de modo positivo a sua loucura; objetaram isso

ao abade, mas este persistia na sua crença.

 

 

 

Machado de Assis. Frei Simão. In: Contos Fluminenses.Rio de Janeiro: Globo, 1997.

Infere-se do texto que

#36706
Concurso
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(1,0)

Frei Simão era um frade da ordem dos Beneditinos.

Tinha, quando morreu, cinquenta anos em aparência, mas

na realidade trinta e oito. A causa dessa velhice prematura

derivava da que o levou ao claustro na idade de trinta

anos, e, tanto quanto se pode saber por uns fragmentos de

memórias que ele deixou, a causa era justa.

Era frei Simão de caráter taciturno e desconfiado.

Passava dias inteiros na sua cela, donde apenas saía na

hora do refeitório e dos ofícios divinos. Não contava

amizade alguma no convento, porque não era possível

entreter com ele os preliminares que fundam e consolidam

as afeições.

Em um convento, onde a comunhão das almas deve

ser mais pronta e mais profunda, frei Simão parecia fugir à

regra geral. Um dos noviços pôs-lhe alcunha de urso, que

ficou, mas só entre os noviços, bem entendido. Os frades

professores, esses, apesar do desgosto que o gênio

solitário de frei Simão lhes inspirava, sentiam por ele certo

respeito e admiração.

Um dia anuncia-se que frei Simão adoecera

gravemente. Chamaram-se os socorros e prestaram ao

enfermo todos os cuidados necessários. A moléstia era

mortal; depois de cinco dias frei Simão expirou.

Durante estes cinco dias de moléstia, a cela de frei

Simão esteve cheia de frades. Frei Simão não disse uma

palavra durante esses cinco dias; só no último, quando se

aproximava do minuto fatal, sentou-se no leito, fez

chamar-se mais perto o abade, e disse-lhe ao ouvido com

voz sufocada e em tom estranho:

— Morro odiando a humanidade!

O abade recuou até a parede ao ouvir estas

palavras, e no tom em que foram ditas. Quanto a frei

Simão, caiu sobre o travesseiro e passou à eternidade.

Depois de feitas ao irmão finado as honras que lhe

deviam, a comunidade perguntou ao seu chefe que

palavras ouvira tão sinistras que o assustaram. O abade

referiu-as persignando-se. Mas os frades não viram nessas

palavras senão um segredo do passado, sem dúvida

importante, mas não tal que pudesse lançar o terror no

espírito do abade. Este explicou-lhes a ideia que tivera

quando ouviu as palavras de frei Simão, no tom em que

foram ditas, e acompanhadas do olhar com que o

fulminou: acreditara que frei Simão tivesse doudo; mais

ainda, que tivesse entrado já doudo para a ordem. Os

hábitos da solidão e da taciturnidade a que se voltara o

frade pareciam sintomas de uma alienação mental de

caráter brando e pacífico; mas durante oito anos parecia

impossível aos frades que frei Simão não tivesse um dia

revelado de modo positivo a sua loucura; objetaram isso

ao abade, mas este persistia na sua crença.

 

 

 

Machado de Assis. Frei Simão. In: Contos Fluminenses.Rio de Janeiro: Globo, 1997.

 

A respeito do período: “Chamaram-se os socorros e prestaram ao enfermo os cuidados necessários” (linhas 21 e 22), assinale a alternativa correta

#36705
Concurso
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(1,0)

Frei Simão era um frade da ordem dos Beneditinos.

Tinha, quando morreu, cinquenta anos em aparência, mas

na realidade trinta e oito. A causa dessa velhice prematura

derivava da que o levou ao claustro na idade de trinta

anos, e, tanto quanto se pode saber por uns fragmentos de

memórias que ele deixou, a causa era justa.

Era frei Simão de caráter taciturno e desconfiado.

Passava dias inteiros na sua cela, donde apenas saía na

hora do refeitório e dos ofícios divinos. Não contava

amizade alguma no convento, porque não era possível

entreter com ele os preliminares que fundam e consolidam

as afeições.

Em um convento, onde a comunhão das almas deve

ser mais pronta e mais profunda, frei Simão parecia fugir à

regra geral. Um dos noviços pôs-lhe alcunha de urso, que

ficou, mas só entre os noviços, bem entendido. Os frades

professores, esses, apesar do desgosto que o gênio

solitário de frei Simão lhes inspirava, sentiam por ele certo

respeito e admiração.

Um dia anuncia-se que frei Simão adoecera

gravemente. Chamaram-se os socorros e prestaram ao

enfermo todos os cuidados necessários. A moléstia era

mortal; depois de cinco dias frei Simão expirou.

Durante estes cinco dias de moléstia, a cela de frei

Simão esteve cheia de frades. Frei Simão não disse uma

palavra durante esses cinco dias; só no último, quando se

aproximava do minuto fatal, sentou-se no leito, fez

chamar-se mais perto o abade, e disse-lhe ao ouvido com

voz sufocada e em tom estranho:

— Morro odiando a humanidade!

O abade recuou até a parede ao ouvir estas

palavras, e no tom em que foram ditas. Quanto a frei

Simão, caiu sobre o travesseiro e passou à eternidade.

Depois de feitas ao irmão finado as honras que lhe

deviam, a comunidade perguntou ao seu chefe que

palavras ouvira tão sinistras que o assustaram. O abade

referiu-as persignando-se. Mas os frades não viram nessas

palavras senão um segredo do passado, sem dúvida

importante, mas não tal que pudesse lançar o terror no

espírito do abade. Este explicou-lhes a ideia que tivera

quando ouviu as palavras de frei Simão, no tom em que

foram ditas, e acompanhadas do olhar com que o

fulminou: acreditara que frei Simão tivesse doudo; mais

ainda, que tivesse entrado já doudo para a ordem. Os

hábitos da solidão e da taciturnidade a que se voltara o

frade pareciam sintomas de uma alienação mental de

caráter brando e pacífico; mas durante oito anos parecia

impossível aos frades que frei Simão não tivesse um dia

revelado de modo positivo a sua loucura; objetaram isso

ao abade, mas este persistia na sua crença.

 

 

 

Machado de Assis. Frei Simão. In: Contos Fluminenses.Rio de Janeiro: Globo, 1997.

 

No que se refere ao emprego dos pronomes no texto, assinale a alternativa correta.

#31153
Concurso
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CESPE
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Administração Pública
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(1,0)

Julgue os itens seguintes, relativos à evolução da administração pública no Brasil após 1930. 

Os governos militares, pós-1964, por meio da edição do Decreto-Lei n.º 200/1967, reforçaram a centralização das atividades administrativas na administração direta.

#31152
Concurso
Polícia Civil-DF
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CESPE
Matéria
Administração Pública
Tipo
Certo/Errado
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(1,0)

No que concerne ao regime jurídico único dos servidores públicos federais e a ética no serviço público, julgue os próximos itens.

Cabe ao servidor público justificar devidamente toda ausência de seu local de trabalho, a fim de evitar a desmoralização do serviço público.

#31151
Concurso
Polícia Civil-DF
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CESPE
Matéria
Administração Pública
Tipo
Certo/Errado
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(1,0)

Com relação ao Modelo de Excelência em Gestão no Setor Público (GesPública), julgue o item subsecutivo. 

Criado a partir da premissa de que é preciso ser excelente sem deixar de ser público, o GesPública foi concebido para desenvolver ações que visam obter sinergia decorrente dos esforços da gestão e da desburocratização.

#31150
Concurso
Polícia Civil-DF
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CESPE
Matéria
Administração Pública
Tipo
Certo/Errado
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(1,0)

Julgue o item seguinte, referente à licitação pública. 

As empresas públicas e as sociedades de economia mista, integrantes da administração indireta, não estão sujeitas aos procedimentos licitatórios, uma vez que são entidades exploradoras de atividade econômica e dotadas de personalidade jurídica de direito privado.

#31149
Concurso
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CESPE
Matéria
Administração Pública
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Certo/Errado
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(1,0)

No que concerne ao regime jurídico único dos servidores públicos federais e a ética no serviço público, julgue os próximos itens.

É concedida licença ao servidor por motivo de doença em pessoa da família, desde que precedida de exame dessa pessoa por médico ou junta médica oficial.