Para o homem europeu medieval, o referencial de
todas as coisas era o sagrado, fenômeno comum
de sociedades muito dependentes da natureza e,
portanto, à mercê de forças desconhecidas e não
controláveis. Isso gerava, compreensivelmente,
um sentimento generalizado de insegurança.
Temia-se pelo resultado, quase sempre pobre,
das colheitas. Temia-se a presença frequente das
epidemias, que não se sabia combater. Desamparado
diante de uma natureza frequentemente hostil,
o indivíduo procurava as origens disso, e as possíveis
escapatórias, num mundo do Além.