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As escolas já não são mais o templo sagrado
do saber
A Folha publicou ontem uma reportagem
que mostra o que acontece na quadra de uma
escola estadual de São Paulo. O local é usado
como ponto de prostituição.
Escrevi um texto, refletindo a respeito
do fato.
"A escola já foi considerada um local
sagrado e, portanto, reverenciado, cuidado e
respeitado por todos. Uma de suas
denominações, inclusive, era Templo do
Saber. Atualmente, elas são o retrato colorido
de nossa sociedade, um espelho do estilo de
vida urbana que temos levado e do tipo de
relação que estabelecemos com os mais novos.
Assim sendo, a escola não é um local
inviolável. A criminalidade e a violência, o
descaso com o patrimônio público - bem de
todos -, o caos das relações interpessoais de
um mundo individualista, a competitividade
levada ao seu grau mais extremado, a
grosseria, o desrespeito às leis que nos
protegem, o tráfico de drogas e o consumismo
- também de sexo - são algumas das
características de nossa sociedade.
Tais características se tornam, assim,
elementos presentes no ambiente escolar, já
que os muros que o cercam não são
impermeáveis.
Não se iluda, caro leitor, pois as imagens
do que ocorre no entorno da escola estadual de
São Paulo não mostram um fenômeno
exatamente localizado. De modo mais ou
menos estridente, esse é o espírito da
sociedade que ajudamos a construir e que
ronda nossas escolas e, por consequência,
nossas crianças e jovens.
Não há dúvida alguma de que a Secretaria
Estadual da Educação, a polícia, a própria
unidade escolar e seus trabalhadores, as
famílias dos alunos deveriam ter sua quota de
responsabilidade nessa questão.
No entanto, na mesma medida, todos eles
têm também sua parcela de impotência frente
a fenômenos desse tipo.
Fazer o quê? Ou, melhor dizendo: o que
fizemos e fazemos para que o mundo adulto
escancare dessa maneira, sem quaisquer
pudores, suas mazelas também aos mais novos?
O pior de tudo é que nós já temos muitas
respostas para dar a essa pergunta."
Rosely Sayão – www.uol.com.br - 07/06/2010
Analise as afirmativas a seguir, a respeito da sintaxe da oração e do período, e assinale a alternativa
correspondente.
I- “No entanto, na mesma medida, todos
eles têm também sua parcela de
impotência frente a fenômenos desse
tipo” é um período simples.
II- “Tais características se tornam, assim,
elementos presentes no ambiente escolar,
já que os muros que o cercam não são
impermeáveis”. O pronome sublinhado
(o) refere-se a ambiente escolar e
desempenha a função sintática de objeto
direto.
III- “Não há dúvida alguma de que a
Secretaria Estadual da Educação, a
polícia, a própria unidade escolar e seus
trabalhadores, as famílias dos alunos
deveriam ter sua quota de
responsabilidade nessa questão” é um
período composto por subordinação,
ocorrendo um sujeito composto na oração
subordinada.
IV- O objeto direto, objeto indireto e
complemento nominal são considerados
termos essenciais da oração, enquanto o
sujeito e o predicado são termos
integrantes.
V- “O que fizemos e fazemos para que o
mundo adulto escancare dessa maneira,
sem quaisquer pudores, suas mazelas
também aos mais novos”? A palavra
sublinhada tem o sentido de chaga,
ferida, e desempenha a função sintática
de objeto direto, enquanto “aos mais
novos” desempenha a função sintática de
objeto indireto.