DÍVIDA PÚBLICA CRESCE R$ 101,9 BILHÕES.
A alta dos juros e a desvalorização do real em relação ao dólar já elevaram a dívida líquida do setor público de 50,2% do PIB (Produto Interno Bruto) para 51,9% , um aumento de R$29,796 bilhões entre março e maio deste ano. Neste mês, a dívida deve superar os 53% do PIB, percentual elevado para o Brasil, que chegou a prometer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a estabilização em 46,5% do PIB.
Para evitar o crescimento explosivo da dívida, devido à farta oferta de títulos atrelados ao câmbio para deter a alta do dólar, o governo será obrigado a fazer um novo aperto fiscal. “Se a dívida crescer muito, o país terá que gerar ganhos fiscais para pagá-la”, afirma Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central.
De qualquer forma, a dívida vai crescer. Mas se ela se estabilizar em torno de 54% do PIB não haverá grandes problemas, afirma o consultor Raul Veloso, especialista no assunto.
A dificuldade, segundo ele, será estancar a tendência do crescimento. Isso exigirá “um sacrifício maior” da sociedade para que o governo possa aumentar o superávit primário, o que significa aumentar a arrecadação de impostos e reduzir as despesas.