Atenção: As questões de números 1 a 8 baseiam-se no texto
apresentado abaixo.
Pressa. Ansiedade. E a sensação de que nunca é possível
fazer tudo - além da certeza de que sua vida está passando
rápido demais. Essas são as principais conseqüências de
vivermos num mundo em que para tudo vale a regra do "quanto
mais rápido, melhor". Psiquiatras já discutem a existência de um
distúrbio conhecido como "doença da pressa", cujos sintomas
seriam a alta ansiedade, dificuldade para relaxar e, em casos
mais graves, problemas de saúde e de relacionamento. "Para
nós, ocidentais, o tempo é linear e nunca volta. Por isso
queremos ter a sensação de que estamos tirando o máximo
dele. E a única solução que encontramos é acelerá-lo", afirma o
jornalista canadense Carl Honoré. "É um equívoco. A resposta
desse dilema é qualidade, não quantidade."
Para outros especialistas no assunto, a aceleração é
uma escolha que fizemos. Somos como crianças descendo uma
ladeira de skate. Gostamos da brincadeira, queremos mais
velocidade. O problema é que nem tudo ao nosso redor
consegue atender à demanda. Os carros podem estar mais
rápidos, mas as viagens demoram cada vez mais por culpa dos
congestionamentos. Semáforos vermelhos continuam testando
nossa paciência, obrigando-nos a frear a cada quarteirão. Mais
sorte têm os pedestres que podem apertar o botão que aciona o
sinal verde - uma ótima opção para controlar a ansiedade, mas
com efeito muitas vezes nulo. É um exemplo do que os
especialistas chamam de "botões de aceleração". Na teoria,
deixam as coisas mais rápidas. Na prática, servem para ser
apertados e só.
O que fazermos com os dois segundos, no máximo, que
economizamos ao acionar aquela tecla que fecha a porta do
elevador? E quem disse que apertá-la duas, quatro, dez vezes
vai melhorar a eficiência? Elevadores, aliás, são os ícones da
pressa em tempos velozes. Os primeiros modelos se moviam a
vinte centímetros por segundo. Hoje, o mais veloz sobe doze
metros por segundo. E, mesmo acelerando, estão entre os
maiores focos de impaciência. Engenheiros são obrigados a
desenvolver sistemas para conter nossa irritação, como luzes
ou alarmes que antecipam a chegada do elevador e cuja única
função é aplacar a ansiedade da espera.
(Adaptado de Sérgio Gwercman, Superinteressante, março de
2005, p. 54-55)