Texto para as questões de 1 a 3
Os EUA se manterão como a maior economia do
planeta pelos próximos vinte anos, mesmo que a China consiga
sustentar, nesse período, um ritmo de crescimento acelerado,
como o atual (o que é improvável). E nessa condição de
principal economia do mundo, ainda na vanguarda da corrida
tecnológica e com renda média elevada, o mínimo que se pode
esperar dos EUA é uma competição leal, que leve em conta as
debilidades de nações que se esforçam para se desenvolver. Os
norte-americanos perderam para os chineses, por pequena
diferença (e em decorrência da forte crise financeira que os
atingiu), a posição de maior parceiro comercial do Brasil, não
considerando a União Europeia como um todo. Mas têm longo
histórico de liderança nesse intercâmbio que deveria pesar em
favor de um bom entendimento entre os dois países na área
comercial, tal qual o relacionamento político, com mais pontos
de convergência do que de divergência. Os 23 EUA são não só
um país industrializado, mas estão entre os maiores produtores
e exportadores de alimentos e matérias-primas. Em alguns
desses segmentos, a atividade é impulsionada por subsídios ou
barreiras protecionistas, garantidos por atos do Congresso. É
uma política questionada nas negociações multilaterais, não
apenas pelo lado filosófico, conceitual, mas porque há casos
específicos que ferem claramente as regras vigentes e
acordadas na Organização Mundial do Comércio, cuja
existência, importantíssima para o fortalecimento do comércio
internacional, se deve muito aos EUA.
O Globo, 10/3/2010, (com adaptações).