As projeções sobre a economia para os próximos dez anos
são alentadoras. Se o Brasil mantiver razoável ritmo de
crescimento nesse período, chegará ao final da próxima década
sem extrema pobreza. Algumas projeções chegam a apontar o
país como a primeira das atuais nações emergentes em
condições de romper a barreira do subdesenvolvimento e
ingressar no restrito mundo rico.
Tais previsões baseiam-se na hipótese de que o país vai
superar eventuais obstáculos que impediriam a economia de
crescer a ritmo continuado de 5% ao ano, em média. Para
realizar essas projeções, o Brasil precisa aumentar a sua
capacidade de poupança doméstica e investir mais para ampliar
a oferta e se tornar competitivo.
No lugar de alta carga tributária e estrutura de impostos
inadequada, o país deve priorizar investimentos que expandam
a produção e contribuam simultaneamente para o aumento de
produtividade, como é o caso dos gastos com educação. É dessa
forma que são criadas boas oportunidades de trabalho,
geradoras de renda, de maneira sustentável.
O Globo, Editorial, 12/7/2010 (com adaptações)