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A poesia de Manuel Bandeira, marcada pela simplicidade no modo de dizer, alcança grau considerável de lirismo e de subjetividade ao tratar de cenas do cotidiano, como pode ser notado no exemplo que segue:
Poema de Finados
Amanhã que é dia dos mortos
Vai ao cemitério. Vai
E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu pai.
Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
O filho tem mais precisão.
O que resta de mim na vida
É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.
E em verdade estou morto ali.
(BANDEIRA, Manuel. Estrela da Vida Inteira. 20 ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1993. p. 144-5).
Ao observar a relação entre o conteúdo do Poema de Finados e seus aspectos formais, pode-se afirmar que: