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Se a Dinamarca tivesse seguido a corrente rodoviária
dominante desde a década de 60 do século passado, nunca
viraria um modelo de planejamento urbano. Em uma época em
4 que parecia fazer mais sentido priorizar o trânsito de carros,
Copenhague apostou na criação da primeira rua para pedestres
do país. Antes de se tornar o maior calçadão da Europa, com
7 um quilômetro de extensão, a Strøget era uma rua comercial
dominada por automóveis, assim como todo o centro da cidade.
O arquiteto por trás da iniciativa, Jan Gehl, acreditava que os
10 espaços urbanos deveriam servir para a interação social. Na
época, foi criticado pela imprensa e por comerciantes, que
ponderavam que as pessoas não passariam muito tempo ao ar
13 livre em uma capital gélida. Erraram. As vendas triplicaram, e
a rua de pedestres foi ocupada pelos moradores. A experiência
reforçou as convicções de Gehl, que defende o planejamento
16 das cidades para o usufruto e o conforto das pessoas.
Camilo Gomide. Cidades prazerosas. In: Planeta, fev./2014 (com adaptações).
As sequências “primeira rua para pedestres do país” (l.5-6), “o maior calçadão da Europa” (l.6) e “uma rua comercial dominada por automóveis” (l.7-8) identificam um mesmo referente: a rua Stroget.