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Para a professora Marli de André há um tipo de pesquisa que tem maior potencial para produzir conhecimentos úteis e interessantes para os docentes pois focalizam situações do cotidiano escolar. O termo que melhor conceitua esse tipo de pesquisa é:
PESQUISA ETNOGRÁFICA
Até muito recentemente as técnicas etnográficas eram utilizadas quase que exclusivamente pelos antropólogos e sociológos. No início da década de 70, entretanto, os pesquisadores da área de educação começaram também a fazer uso dessas técnicas, o que deu origem a uma nova linha de pesquisas, que tem recebido o nome de "antropológica" ou "etnográfica". A utilização desses termos, no entanto, deve ser feita de forma cuidadosa, já que no processo de transplante para a área de educação eles sofreram uma série de adaptações, afastando-se mais ou menos do seu sentido original. Um teste simples para determinar se um estudo pode ser chamado de etnográfico, segundo Wolcott (1975), é verificar se a pessoa que lê esse estudo consegue interpretar aquilo que ocorre no grupo estudado tão apropriadamente como se fosse um membro desse grupo.
Critérios para a utilização da abordagem etnográfica nas pesquisas que focalizam a escola: 1. O problema é redescoberto no campo. 2. O pesquisador deve realizar a maior parte do trabalho de campo pessoalmente. 3. O trabalho de campo deve durar pelo menos um ano escolar. 4. O pesquisador deve ter tido uma experiência com outros povos de outras culturas. 5. A abordagem etnográfica combina vários métodos de coleta. 6. O relatório etnográfico apresenta uma grande quantidade de dados primários.
Tomando esses critérios apresentados por Wolcott (1975) e comentados por Firestone e Dawson (1981), é fácil concluir que nem todos os estudos qualitativos podem ser chamados de etnográficos. A etnografia como "ciência da descrição cultural" envolve pressupostos específicos sobre a realidade e formas particulares de coleta e apresentação de dados.
Fonte: http://www.lite.fae.unicamp.br/papet/2003/ep145/pesq.htm
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