Simulado TJ-RJ - Português 3 (Simulado Edital 2014) | CONCURSO
"Simulado conforme Edital do Concurso TJ-RJ 2014
OBJETIVOS
Aprimorar os conhecimentos adquiridos durante os seus estudos, de forma a avaliar a sua aprendizagem, utilizando para isso as metodologias e critérios idênticos aos maiores e melhores concursos públicos do país, através de simulados, provas e questões de concursos.
PÚBLICO ALVO
Candidatos e/ou concursandos, que almejam aprovação em concursos públicos de nível Médio do concurso TJ-RJ.
SOBRE AS QUESTÕES
Este simulado contém questões da banca FGV, para nível Médio do cargo de Técnico. Auxiliando em sua aprovação no concurso público escolhido. Utilizamos provas de concursos anteriores, conforme editais mais recentes TJ-RJ.
*CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA PROVA-SIMULADO- QUESTÕES de Português 3 do concurso TJ-RJ.
- Questões de Gêneros textuais: descrição, narração, dissertação expositiva e argumentativa. Tipos textuais: informativo, publicitário, didático, instrucional e preditivo. Marcas de textualidade: coesão, coerência e intertextualidade. Morfologia, sintaxe e semântica: conceitos e funções textuais. Linguagem figurada. Norma culta. Ortografia. Acentuação gráfica. Formação de palavras. Reescritura de frases.
- Nem todos os assuntos serão abordados neste simulado de prova e questões de Português 3.
- #36532
- Banca
- FGV
- Matéria
- Português
- Concurso
- TJ-RJ
- Tipo
- Múltipla escolha
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(1,0) 1 -
Inauguração da Avenida
[...]
Já lá se vão cinco dias. E ainda não houve aclamações, ainda não houve delírio. O choque foi rude demais. Acalma ainda não renasceu.
Mas o que há de mais interessante na vida dessa mó de povo que se está comprimindo e revoluteando na Avenida, entre a Prainha e o Boqueirão, é o tom das conversas, que o ouvido de um observador apanha aqui e ali, neste ou naquele grupo.
Não falo das conversas da gente culta, dos “doutores” que se julgam doutos.
Falo das conversas do povo - do povo rude, que contempla e critica a arquitetura dos prédios: “Não gosto deste... Gosto mais daquele... Este é mais rico... Aquele tem mais arte... Este é pesado... Aquele é mais elegante...”.
Ainda nesta sexta-feira, à noite, entremeti-me num grupo e fiquei saboreando uma dessas discussões. Os conversadores, à luz rebrilhante do gás e da eletricidade, iam apontando os prédios: e - cousa consoladora - eu, que acompanhava com os ouvidos e com os olhos a discussão, nem uma só vez deixei de concordar com a opinião do grupo. Com um instintivo bom gosto subitamente nascido, como por um desses milagres a que os teólogos dão o nome de “mistérios da Graça revelada” - aquela simples e rude gente, que nunca vira palácios, que nunca recebera a noção mais rudimentar da arte da arquitetura, estava ali discernindo entre o bom e o mau, e discernindo com clarividência e precisão, separando o trigo do joio, e distinguindo do vidro ordinário o diamante puro.
É que o nosso povo - nascido e criado neste fecundo clima de calor e umidade, que tanto beneficia as plantas como os homens - tem uma inteligência nativa, exuberante e pronta, que é feita de sobressaltos e relâmpagos, e que apanha e fixa na confusão as ideias, como a placa sensibilizada de uma máquina fotográfica apanha e fixa, ao clarão instantâneo de uma faísca de luz oxídrica, todos os objetos mergulhados na penumbra de uma sala...
E, pela Avenida em fora, acotovelando outros grupos, fui pensando na revolução moral e intelectual que se vai operar na população, em virtude da reforma material da cidade.
A melhor educação é a que entra pelos olhos. Bastou que, deste solo coberto de baiucas e taperas, surgissem alguns palácios, para que imediatamente nas almas mais incultas brotasse de súbito a fina flor do bom gosto: olhos, que só haviam contemplado até então betesgas, compreenderam logo o que é a arquitetura. Que não será quando da velha cidade colonial, estupidamente conservada até agora como um pesadelo do passado, apenas restar a lembrança?
[...]
E quando cheguei ao Boqueirão do Passeio, voltei-me, e contemplei mais uma vez a Avenida, em toda sua gloriosa e luminosa extensão. [...]
Gazeta de Notícias - 19 nov.1905. Bilac, Olavo. Vossa Insolência: crônicas. São Paulo: Companhia de Letras, 1996, p. 264-267.
Vocabulário:
baiuca: local de última categoria, malfrequentado.
betesga: rua estreita, sem saída,
mó: do latim “mole” , multidão; grande quantidade,
revolutear: agitar-se em várias direções,
tapera: lugar malconservado e de mau aspecto
Texto 2
O ciclista
Curvado no guidão lá vai ele numa chispa. Na esquina dá com o sinal vermelho e não se perturba - levanta voo bem na cara do guarda crucificado. No labirinto urbano persegue a morte com o trim-trim da campainha: entrega sem derreter sorvete a domicílio.
É a sua lâmpada de Aladino a bicicleta e, ao sentar-se no selim, liberta o gênio acorrentado ao pedal. Indefeso homem, frágil máquina, arremete impávido colosso, desvia de fininho o poste e o caminhão; o ciclista por muito favor derrubou o boné.
Atropela gentilmente e, vespa furiosa que morde, ei-lo defunto ao perder o ferrão. Guerreiros inimigos trituram com chio de pneus o seu diáfano esqueleto. Se não se estrebucha ali mesmo, bate o pó da roupa e - uma perna mais curta - foge por entre nuvens, a bicicleta no ombro.
Opõe o peito magro ao para-choque do ônibus. Salta a poça d’água no asfalto. Num só corpo, touro e toureiro, golpeia ferido o ar nos cornos do guidão. Ao fim do dia, José guarda no canto da casa o pássaro de viagem. Enfrenta o sono trim-trim a pé e, na primeira esquina, avança pelo céu na contramão, trim-trim.
Trevisan, Dalton. In: Bosi, Alfredo (Org.). O conto brasileiro contemporâneo. 14" Ed. São Paulo: Cultrix, 1997. p. 189.
Regência é a relação que se estabelece entre duas palavras, por meio da qual uma das palavras se subordina à outra, funcionando como seu complemento. Essa relação é, geralmente, marcada por uma preposição.
- a) “Não falo das conversas da gente culta...” (texto 1-§3)
- b) “ ...entrega sem derreter sorvete a domicílio.” (texto 2 - § 1)
- c) “ ...liberta o gênio acorrentado ao pedal.” (texto 2 -§ 2)
- d) “E quando cheguei ao Boqueirão do Passeio...” (texto1-§9)
- e) “Opõe o peito magro ao para-choque do ônibus.” (texto 2 -§ 4)
- #36533
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(1,0) 2 -
Empresas criam estratégias para reduzir uso do e-mail
Em um ano, uma equipe da farmacêutica Boehringer Ingelheim reduziu em 2 859 o número de e-mails por funcionário. “Se você contar que perde cinco minutos com cada mensagem, isso representa um mês e meio de trabalho por ano”, diz F. Rodrigues, gerente responsável pela iniciativa, motivada, segundo ele, pelo fato de a equipe ter se tornado “escrava” da ferramenta.
Nessa empresa, a meta foi alcançada por meio de ações educativas, como mostrar quando enviar uma mensagem era realmente necessário ou quando eram mais eficientes outras práticas. Responder, por exemplo, diversas vezes a e-mails sobre o mesmo assunto é inútil. Nesses casos, a melhor solução é conversar pessoalmente ou por telefone com o interessado.
Esse tipo de aprendizado é necessário para que o e-mail não se torne um “vilão” da produtividade, com os profissionais perdendo tempo para responder a centenas de mensagens, em vez de, efetivamente, produzir.
Para especialistas, o principal pecado dos profissionais em relação aos e-mails é checá-los constantemente. O ideal é estabelecer horários específicos para essa tarefa.
No segundo parágrafo do texto, apresenta circunstância adverbial de intensidade a expressão:
- a) nessa empresa.
- b) mais
- c) diversas vezes.
- d) pessoalmente
- e) por telefone.
- #36534
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(1,0) 3 -
Três motivos pelos quais você deve comer chocolate
Entre as pesquisas que apontam para efeitos positivos do consumo do chocolate, as mais numerosas são, de longe, aquelas que associam o alimento a benefícios ao coração. Segundo um estudo publicado no ano passado no British Medical Journal (BMJ), por exemplo, é possível diminuir o risco de eventos cardiovasculares comendo chocolate amargo (com pelo menos 60% de cacau) todos os dias. Outro trabalho, feito na Universidade de Cambridge e divulgado em 2011, mediu o quão benéfico o chocolate pode ser ao coração: segundo o estudo, o consumo sem excessos do alimento diminui em 37% o risco de doenças cardíacas e em 29% as chances de acidente vascular cerebral (AVC).
Parte da redução das chances de doenças cardíacas proporcionada pelo chocolate pode ser explicada pelo
fato de ele, antes disso, evitar o surgimento de fatores de risco ao coração, como hipertensão ou colesterol alto. De acordo com pesquisa australiana publicada em 2010 no periódico BMC Medicine, por exemplo, o chocolate amargo ajuda a diminuir a pressão arterial de pessoas que sofrem de hipertensão.
Em 2012, um estudo feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, quebrou o mito de que chocolate engorda e ainda concluiu, surpreendentemente, que o alimento pode, na verdade, ajudar uma pessoa a emagrecer. Isso porque, das 1.000 pessoas que participaram da pesquisa, aquelas que comiam chocolate com maior frequência, embora consumissem mais calorias em um dia, foram as que apresentaram, em média, um índice de massa corporal (IMC) menor. Essa relação aconteceu principalmente quando o indivíduo consumia chocolate amargo. Segundo os autores do estudo, pode ser que as calorias no chocolate sejam ‘neutras’ — ou seja, que pequenas quantidades do alimento beneficiem o metabolismo, reduzam o acúmulo de gordura no corpo e, assim, compensem as calorias consumidas. Além disso, os pesquisadores acreditam que as propriedades antioxidantes do chocolate estejam por trás dos efeitos positivos demonstrados pelo trabalho.
Em uma pesquisa realizada em 2012 na Universidade de Áquila, na Itália, 90 idosos com mais de 70 anos que já apresentavam sinais de comprometimento cognitivo passaram dois meses consumindo diariamente uma bebida que misturava leite a um achocolatado com alto teor de cacau. A quantidade do achocolatado variava de acordo com o participante, podendo ser de 990, 520 ou 45 miligramas por dia. Ao final desse período, os pesquisadores avaliaram os idosos e descobriram que aqueles que consumiram quantidades alta e média do achocolatado, em comparação com o restante os participantes, apresentaram uma melhora nos reflexos, na capacidade de realizar mais de uma atividade ao mesmo tempo, na memória verbal e na de trabalho (ou a curto prazo), além de melhores resultados em testes que avaliaram o raciocínio. Os autores do estudo atribuíram tais benefícios aos flavonoides, compostos presentes no cacau que, entre outros efeitos positivos, também são associados a benefícios ao coração — desde que aliados a uma dieta saudável.
Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/isabel-clemente/ noticia/2014/03/geracao-de-bpais-avosb.html
Em “... o chocolate amargo ajuda a diminuir a pressão arterial de pessoas que sofrem de hipertensão.”, os termos destacados são, respectivamente,
- a) artigo, preposição e artigo.
- b) preposição, artigo e preposição.
- c) artigo, artigo e preposição.
- d) artigo, artigo e artigo.
- e) artigo, preposição e preposição.
- #36535
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(1,0) 4 -
Esse é o hino
De quatro em quatro anos, por ocasião das Copas do Mundo, milhões de pessoas pelo planeta afora têm a oportunidade de entrar em contato com uma das melhores realizações que o Brasil já foi capaz de pôr em pé - o Hino Nacional Brasileiro, tocado e transmitido globalmente antes do começo de cada jogo. É sempre um momento de sucesso garantido junto ao público. O time, no campo, pode ir melhor ou pior, mas o hino não falha nunca. Seus primeiros acordes já deixam claro para a plateia presente aos estádios que ela vai ouvir, nos instantes que se seguem, música de primeira qualidade no gênero; dali para frente as coisas só melhoram. Ao se executar a última nota, todos os que prestaram atenção ao que estavam ouvindo ficam com a impressão de ter recebido um brinde inesperado antes do jogo: em vez da monotonia habitual dos hinos nacionais, em geral áridas arrumações de movimentos marciais que têm como característica mais notável o fato de parecerem todas iguais umas às outras, o que se ouve é uma das melodias mais vibrantes, calorosas e inspiradas que se podem escutar numa cerimônia oficial.
Não há momento sequer de tédio no Hino Nacional; tudo ali é energia, emoção, vigor. Com quase 200 anos de vida, a peça composta por Francisco Manuel da Silva em 1822 mantém intactas até hoje todas as qualidades que fizeram dela uma das composições mais bem-sucedidas na história da música brasileira. Escrita originalmente em homenagem à Independência, e oficializada como Hino Nacional Brasileiro após a proclamação da República, a obra de Francisco Manuel tem um longo histórico de aplausos. Louis Gottschalk, o grande compositor americano do século XIX, que morreu no Brasil em 1869 e tinha entre seus admiradores Chopin, Liszt e Berlioz, considerava-a um dos melhores momentos da criação musical de sua época; em sua homenagem, escreveu a celebrada Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro. [...]
Mas e a letra? Já se falou mal o suficiente da letra do Hino Nacional para que se ganhe alguma coisa insistindo no assunto. Sua linguagem, provavelmente, já era antiquada na época em que foi escrita, 101 anos atrás; é confusa, às vezes absurda, e muito pouca gente consegue decorá-la direito, mesmo porque muita pouca gente entende o que ela está dizendo. Mas isso não afeta a melodia nem embaraça o gênio de Francisco Manuel - que, por sinal, já estava morto quase meio século antes de colocarem palavras em sua música. Além do mais, a letra do Hino Nacional nunca causou prejuízo a ninguém - e, francamente, talvez nem seja pior que a média das letras presentes em hinos de outros países, em geral, obcecados por sangue, morte, canhões, tiranias e outros horrores. O mais prático, portanto, é deixar tudo como está, antes que venha a ideia de adotar uma nova letra através de concurso público. Com certeza, teríamos muita saudade, aí, do lábaro estrelado e dos raios fúlgidos.
Em relação aos recursos de linguagem utilizados, NÃO é correto afirmar:
- a) Em ...a peça composta por Francisco Manuel da Silva em 1822 mantém intactas até hoje todas as qualidades, o termo destacado denota circunstância de modo.
- b) No trecho ...muito pouca gente consegue decorá-la direito, mesmo porque muito pouca gente entende o que ela está dizendo, os vocábulos em destaque expressam intensidade.
- c) Em Além do mais, a letra do Hino Nacional nunca causou prejuízo a ninguém, o elemento em destaque tem valor de negação.
- d) No trecho É sempre um momento de sucesso garantido junto ao público, o vocábulo em destaque tem valor de tempo.
- e) nenhuma das alternativas anteriores
- #36536
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(1,0) 5 -
Arte sobre a pobreza tem mais impacto que pesquisas
A forma como livros e filmes mostram populações pobres
ou países em desenvolvimento influencia mais as organizações
multilaterais do que pesquisas econômicas.
Pelo menos é o que afirmam três pesquisadores que publi-
caram um estudo pelo Banco Mundial em junho e que, recen-
temente, lançaram um livro sobre esse tema. O raciocínio dos
autores é que as instituições multilaterais são compostas por
g overnos, que, por sua vez, são influenciados pelas opiniões do
público de seus países.
E pouca gente lê artigos. O que se sabe sobre um país pobre
é, geralmente, descoberto em livros e filmes.
Dennis Rodgers, um dos autores e professor de sociologia
da Universidade de Glasgow, diz que isso pode ser positivo: um
relatório nunca fará alguém ser voluntário por uma causa, mas
um filme teria esse poder.
O estudo, no entanto, diz que pode haver falhas nos retra-
tos de pobreza. Rodgers lista dois: a simplificação excessiva e a
figura do europeu ou do americano “herói”.
“Na maioria dos filmes, o conhecimento, a tecnologia e a
bondade vão do Norte para o Sul. E, se olharmos para como o
desenvolvimento funciona, muitas inovações vieram do Sul para
o Norte”.
O filme Cidade de Deus é citado como “um dos primeiros
a chamar a atenção, no circuito de cinema dos países ricos, para
o tema da violência urbana, crítico para o desenvolvimento eco-
nômico”. No texto, os autores lamentam que ele seja exibido em
universidades como um “quase documentário”, algo que ele não
se propõe a ser.
(Felipe Gutierrez. Folha de S.Paulo, 15.12.2013. Adaptado)
Leia o texto para responder à questão.
Sem que haja alteração de sentido, a frase – O que se sabe sobre um país pobre é, geralmente, descoberto em livros e filmes. – está corretamente reescrita em:
- a) O que se sabe quanto a um país pobre é, dificilmente, descoberto em livros e filmes.
- b) O que se sabe a despeito de um país pobre é, gradativamente, descoberto em livros e filmes.
- c) O que se sabe ao longo de um país pobre é, seguidamente, descoberto em livros e filmes.
- d) O que se sabe a respeito de um país pobre é, na maior parte das vezes, descoberto em livros e filmes.
- e) O que se sabe à custa de um país pobre é, invariavel mente, descoberto em livros e filmes.
- #36537
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(1,0) 6 -
Em razão do aumento progressivo da concentração de gases do efeito estufa e de alterações no uso do solo, o clima no Brasil do final do século XXI será provavelmente bem diferente do atual, a exemplo do que deverá ocorrer em outras partes do planeta. As projeções indicam que a temperatura média em todas as grandes regiões do país, sem exceção, será de 3º a 6º mais elevada em 2100 do que no final do século XX, a depender do padrão futuro das emissões desses gases.
As chuvas devem apresentar um quadro mais complexo. Em biomas como a Amazônia e a caatinga, a quantidade estimada poderá ser 40% menor. Nos pampas, há uma tendência de que ocorra o inverso, com um aumento de cerca de um terço nos índices gerais de pluviosidade ao longo deste século. Nas demais áreas do Brasil, os modelos climáticos também indicam cenários com modificações preocupantes, mas o grau de confiabilidade dessas projeções é menor. Ainda assim, há indícios de que poderá chover significativamente mais nas porções de mata atlântica do Sul e do Sudeste e menos na do Nordeste, no cerrado, na caatinga e no pantanal.
O cenário apresentado indica que os brasileiros vão conviver tanto com mais períodos de seca prolongada como de chuva forte, às vezes um após o outro. Isso sem considerar a possibilidade do aparecimento de fenômenos com grande potencial de destruição, antes raros no país, como o furacão que atingiu a costa de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul em março de 2004. Nas grandes áreas metropolitanas, e mesmo em cidades de médio porte, o avanço do concreto e do asfalto intensifica o efeito ilha urbana de calor, tornando-as mais quentes e alterando seu regime de chuvas.
Esse quadro faz parte do mais completo diagnóstico já produzido sobre as principais tendências do clima futuro no país: o primeiro relatório de avaliação nacional (RAN1) do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), criado em 2009 pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
(Adaptado de Marcos Pivetta. Revista Fapesp, agosto de 2013, p. 16-17)
Nos pampas, há uma tendência de que ocorra o inverso ... (2º parágrafo)
A expressão sublinhada acima deverá preencher corretamente a lacuna que se encontra em:
- a) Havia, entre os especialistas, a preocupação ...... não fosse possível tomar medidas preventivas contra os desastres naturais naquela região.
- b) Estudos mapeiam as perspectivas de um cenário climático ...... preocupa os órgãos responsáveis pelo bem-estar da população.
- c) Estão sendo destacadas algumas medidas ...... as autoridades possam trabalhar para evitar maiores danos às vítimas de catástrofes ambientais.
- d) Cientistas se debruçam sobre um quadro climático preocupante, ...... se observam manifestações extremas cada vez mais frequentes.
- e) Uma preocupação constante, ...... se referem os ambientalistas, baseia-se no aumento das emissões de gases poluentes na atmosfera.
- #36538
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(1,0) 7 -
Texto 1
[...]
Já lá se vão cinco dias. E ainda não houve aclamações, ainda não houve delírio. O choque foi rude demais. Acalma ainda não renasceu.
Mas o que há de mais interessante na vida dessa mó de povo que se está comprimindo e revoluteando na Avenida, entre a Prainha e o Boqueirão, é o tom das conversas, que o ouvido de um observador apanha aqui e ali, neste ou naquele grupo.
Não falo das conversas da gente culta, dos “doutores” que se julgam doutos.
Falo das conversas do povo - do povo rude, que contempla e critica a arquitetura dos prédios: “Não gosto deste... Gosto mais daquele... Este é mais rico... Aquele tem mais arte... Este é pesado... Aquele é mais elegante...”.
Ainda nesta sexta-feira, à noite, entremeti-me num grupo e fiquei saboreando uma dessas discussões. Os conversadores, à luz rebrilhante do gás e da eletricidade, iam apontando os prédios: e - cousa consoladora - eu, que acompanhava com os ouvidos e com os olhos a discussão, nem uma só vez deixei de concordar com a opinião do grupo. Com um instintivo bom gosto subitamente nascido, como por um desses milagres a que os teólogos dão o nome de “mistérios da Graça revelada” - aquela simples e rude gente, que nunca vira palácios, que nunca recebera a noção mais rudimentar da arte da arquitetura, estava ali discernindo entre o bom e o mau, e discernindo com clarividência e precisão, separando o trigo do joio, e distinguindo do vidro ordinário o diamante puro.
É que o nosso povo - nascido e criado neste fecundo clima de calor e umidade, que tanto beneficia as plantas como os homens - tem uma inteligência nativa, exuberante e pronta, que é feita de sobressaltos e relâmpagos, e que apanha e fixa na confusão as ideias, como a placa sensibilizada de uma máquina fotográfica apanha e fixa, ao clarão instantâneo de uma faísca de luz oxídrica, todos os objetos mergulhados na penumbra de uma sala...
E, pela Avenida em fora, acotovelando outros grupos, fui pensando na revolução moral e intelectual que se vai operar na população, em virtude da reforma material da cidade.
A melhor educação é a que entra pelos olhos. Bastou que, deste solo coberto de baiucas e taperas, surgissem alguns palácios, para que imediatamente nas almas mais incultas brotasse de súbito a fina flor do bom gosto: olhos, que só haviam contemplado até então betesgas, compreenderam logo o que é a arquitetura. Que não será quando da velha cidade colonial, estupidamente conservada até agora como um pesadelo do passado, apenas restar a lembrança?
[...]
E quando cheguei ao Boqueirão do Passeio, voltei-me, e contemplei mais uma vez a Avenida, em toda sua gloriosa e luminosa extensão. [...]
Gazeta de Notícias - 19 nov.1905. Bilac, Olavo. Vossa Insolência: crônicas. São Paulo: Companhia de Letras, 1996, p. 264-267.
Vocabulário:
baiuca: local de última categoria, malfrequentado.
betesga: rua estreita, sem saída,
mó: do latim “mole” , multidão; grande quantidade,
revolutear: agitar-se em várias direções,
tapera: lugar malconservado e de mau aspecto
Sobre a oração destacada em “Não falo das conversas da gente culta, dos ‘doutores’ QUE SE JULGAM DOUTOS.” (textol - § 3), é correto afirmar que:
- a) ocorre no texto sob a forma de um sintagma adverbial, no qual a palavra gramatical conjuntiva dá a base da oração.
- b) a expressão gramatical típica da conseqüência se concretiza na conjunção que.
- c) combina-se, independente, para expressar um ato discursivo diferente do estabelecido pela primeira oração.
- d) a unidade subordinada adquire um padrão no qual juntam-se as orações para formar um sintagma adverbial.
- e) ocorre no texto sob a forma de um sintagma adjetivo, conhecido como oração adjetiva, delimitando a parte de um conjunto.
- #36539
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(1,0) 8 -
Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta e respectivamente, considerando a norma culta da língua portuguesa.
Existem vários _____ a que temos direito, _____ não sabemos
- a) benefícios … porque
- b) benefício … quando
- c) benefício … se
- d) benefícios … porém
- e) benefícios … conforme
- #36540
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(1,0) 9 -
Três motivos pelos quais você deve comer chocolate
Entre as pesquisas que apontam para efeitos positivos do consumo do chocolate, as mais numerosas são, de longe, aquelas que associam o alimento a benefícios ao coração. Segundo um estudo publicado no ano passado no British Medical Journal (BMJ), por exemplo, é possível diminuir o risco de eventos cardiovasculares comendo chocolate amargo (com pelo menos 60% de cacau) todos os dias. Outro trabalho, feito na Universidade de Cambridge e divulgado em 2011, mediu o quão benéfico o chocolate pode ser ao coração: segundo o estudo, o consumo sem excessos do alimento diminui em 37% o risco de doenças cardíacas e em 29% as chances de acidente vascular cerebral (AVC).
Parte da redução das chances de doenças cardíacas proporcionada pelo chocolate pode ser explicada pelo
fato de ele, antes disso, evitar o surgimento de fatores de risco ao coração, como hipertensão ou colesterol alto. De acordo com pesquisa australiana publicada em 2010 no periódico BMC Medicine, por exemplo, o chocolate amargo ajuda a diminuir a pressão arterial de pessoas que sofrem de hipertensão.
Em 2012, um estudo feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, quebrou o mito de que chocolate engorda e ainda concluiu, surpreendentemente, que o alimento pode, na verdade, ajudar uma pessoa a emagrecer. Isso porque, das 1.000 pessoas que participaram da pesquisa, aquelas que comiam chocolate com maior frequência, embora consumissem mais calorias em um dia, foram as que apresentaram, em média, um índice de massa corporal (IMC) menor. Essa relação aconteceu principalmente quando o indivíduo consumia chocolate amargo. Segundo os autores do estudo, pode ser que as calorias no chocolate sejam ‘neutras’ — ou seja, que pequenas quantidades do alimento beneficiem o metabolismo, reduzam o acúmulo de gordura no corpo e, assim, compensem as calorias consumidas. Além disso, os pesquisadores acreditam que as propriedades antioxidantes do chocolate estejam por trás dos efeitos positivos demonstrados pelo trabalho.
Em uma pesquisa realizada em 2012 na Universidade de Áquila, na Itália, 90 idosos com mais de 70 anos que já apresentavam sinais de comprometimento cognitivo passaram dois meses consumindo diariamente uma bebida que misturava leite a um achocolatado com alto teor de cacau. A quantidade do achocolatado variava de acordo com o participante, podendo ser de 990, 520 ou 45 miligramas por dia. Ao final desse período, os pesquisadores avaliaram os idosos e descobriram que aqueles que consumiram quantidades alta e média do achocolatado, em comparação com o restante os participantes, apresentaram uma melhora nos reflexos, na capacidade de realizar mais de uma atividade ao mesmo tempo, na memória verbal e na de trabalho (ou a curto prazo), além de melhores resultados em testes que avaliaram o raciocínio. Os autores do estudo atribuíram tais benefícios aos flavonoides, compostos presentes no cacau que, entre outros efeitos positivos, também são associados a benefícios ao coração — desde que aliados a uma dieta saudável.
Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/isabel-clemente/ noticia/2014/03/geracao-de-bpais-avosb.html
Assinale a alternativa correta em relação à grafa dos pares.
- a) Compense – compensasão.
- b) Período – periodisação.
- c) Oxidante – oxidação.
- d) Cognitivo – cognissão.
- e) Concluir – concluzão.
- #36541
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(1,0) 10 -
Na questão seguinte, assinale a alternativa com ortografia e acentuação corretas.
- a) Os cientistas são unanimes: fazem uma advertênsia aos voluntários quanto aos impactos causados pelo uso ininterrupto das plataformas digitais.
- b) Os cientistas são unânimes: fazem uma advertência aos voluntários quanto aos impactos causados pelo uso ininterrupto das plataformas digitais.
- c) Os cientistas são unânemes: fazem uma advertencia aos voluntários quanto aos impactos causados pelo uso ininterrupito das plataformas digitais.
- d) Os cientistas são unânimes: fazem uma advertencia aos voluntários quanto aos impactos causados pelo uso inenterrupto das plataformas digitais.
- e) Os cientistas são unânimes: fazem uma advertencia aos voluntários quanto aos impactos causados pelo uso ininterrupto das plataformas digitais.