Simulado Seduc-CE | Professor de Filosofia | CONCURSO
SIMULADO SEDUC-CE | PROFESSOR DE FILOSOFIA
INSTRUÇÕES DESTE SIMULADO
OBJETIVOS DO SIMULADO
Aprimorar os conhecimentos adquiridos durante os seus estudos, de forma a avaliar a sua aprendizagem, utilizando para isso as metodologias e critérios idênticos aos maiores e melhores concursos públicos do País, através de simulado para concurso, prova de concurso e/ou questões de concurso.
PÚBLICO ALVO DO SIMULADO
Candidatos e Alunos que almejam sua aprovação no concurso Seduc-CE para o cargo de Professor de Filosofia.
SOBRE AS QUESTÕES DO SIMULADO
Este simulado contém questões de concurso da banca Cespe para o concurso Seduc-CE. Estas questões são especificamente para o cargo de Professor de Filosofia, contendo que foram extraídas de concursos públicos anteriores, portanto este simulado contém os gabaritos oficiais do concurso.
ESTATÍSTICA DO SIMULADO
O simulado Seduc-CE | Professor de Filosofia contém um total de 20 questões de concursos com um tempo estimado de 60 minutos para sua realização. O assunto abordado é diversificado para que você possa realmente simular como esta seus conhecimento no concurso Seduc-CE.
RANKING DO SIMULADO
Realize este simulado até o seu final e ao conclui-lo você verá as questões que errou e acertou, seus possíveis comentários e ainda poderá ver seu DESEMPENHO perante ao dos seus CONCORRENTES. Venha participar deste Ranking e saia na frente de todos. Veja sua nota e sua colocação no RANKING e saiba se esta preparado para conseguir sua aprovação.
Bons Estudos! Simulado para Concurso é aqui!
- #50318
- Banca
- CESPE
- Matéria
- Filosofia
- Concurso
- SEDUC-CE
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 1 -
Em O que é isto: a filosofia, Heidegger declara: "A palavra philosophia diz-nos que a filosofia é algo que, pela primeira vez e antes de tudo, vinca a existência do mundo grego (...): A filosofia é, nas origens de sua essência, de tal natureza que ela primeiro se apoderou do mundo grego e só dele, usando-o para se desenvolver". Esse assenhoreamento ocorreu pelo despertar do espanto ou da admiração (thaumadzo) com o ser: "precisamente isto, que o ente permaneça recolhido no ser, que no fenômeno do ser se manifesta o ente; isto jogava os gregos, e a eles primeiro unicamente, no espanto. Ente no ser: isto se tornou para os gregos o mais espantoso". O thaumadzo é atestado como princípio (arkhé) da filosofia por Platão e Aristóteles. Primeiramente, Platão (no Teeteto 155d) afirma: "É verdadeiramente de um filósofo esse pathos - o espanto (thaumadzein); pois não há outra origem imperante (arkhé) da filosofia do que este". E Aristóteles (na Metafísica A 2, 982b 12ss) confirma o dito de Platão: "Pelo espanto, os homens chegaram agora e chegaram antigamente à origem imperante do filosofar".
Acerca do tema abordado no texto acima, assinale a opção correta.
- a) Os primeiros filósofos podem ser considerados como primitivos cientistas da natureza, cujo thaumadzo decorria da precariedade de sua ciência.
- b) Para os gregos, o espanto filosófico ocorria em relação ao mistério do ser, que abrangia e recolhia a totalidade do ente.
- c) A filosofia é atemporal e, dessa forma, estranha à historicidade do ser humano.
- d) O pathos que está no princípio da filosofia grega é a dúvida.
- e) Para Platão e Aristóteles, o thaumadzo é apenas o início da filosofia, ou seja, ele deixa de valer em estágios mais avançados do filosofar.
- #50319
- Banca
- CESPE
- Matéria
- Filosofia
- Concurso
- SEDUC-CE
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 2 -
Considerando o contexto histórico da democracia ateniense, assinale a opção correta.
- a) A concepção ateniense de democracia na antiguidade grega atribuía a todos os habitantes da cidade o título de cidadãos.
- b) A ideia de justiça, sobre a qual se funda a democracia, exigia que todos fossem considerados iguais. Seguindo esse ideário igualitário, a sociedade ateniense esforçava-se para que não houvesse estratificação social na sua população.
- c) A concepção de democracia na Atenas do século VIII a.C. não pode ser identificada com a concepção de democracia moderna nem pode ser identificada com um igualitarismo social tomado em sentido moderno.
- d) A ideia de liberdade, sobre a qual também se funda a democracia, exigia que todos fossem considerados como cidadãos livres. Portanto, faziam-se esforços para que os escravos fossem reconhecidos em sua dignidade de seres humanos e fossem libertados do regime de escravidão.
- e) Os trabalhadores eram respeitados como sujeitos de direito civis e políticos e exaltados como agentes de transformação social.
- #50320
- Banca
- CESPE
- Matéria
- Filosofia
- Concurso
- SEDUC-CE
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 3 -
Péricles, num discurso reportado por Tucídides, ao elogiar os combatentes mortos durante o primeiro ano da guerra do Peloponeso (431), fez uma ponderação sobre o sentido da democracia ateniense, com a seguinte declaração: "Nossa Constituição tem por nome democracia, porque não tem como interesse servir a um pequeno número de indivíduos, mas à maioria. No que toca às leis, todos, dentro das diferenças entre particulares, gozam de direitos iguais; no que toca às dignidades, porém, cada um, segundo o mérito que o distingue, é ordinariamente preferido para os empregos públicos, não por causa de seu partido, mas de suas virtudes; e nem mesmo a falta de conhecimento em razão da pobreza é excludente, se a gente é em grau de fazer algum serviço ao Estado".
Apud S. Wrublevski. A Justiça na Antiguidade Grega. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 34 (com adaptações).
A respeito das informações apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.
- a) Na visão de Péricles, a igualdade democrática exige excluir como injustas todas as diferenças entre os cidadãos.
- b) A democracia, segundo Péricles, caracteriza-se pelo jogo de interesses entre partidos. Consiste em fazer passar a visão do próprio partido como a melhor para o todo da polis.
- c) Democracia é o estado político em que a soberania pertence somente aos nobres por nascimento ou à elite dos mais ricos e visa servir aos interesses desses dois segmentos.
- d) Segundo Péricles, a democracia exclui o mérito como princípio para avaliar a capacidade de os cidadãos prestarem seu serviço ao público.
- e) Na concepção de Péricles, democracia implica compartilhar o cuidado pela polis entre todos os cidadãos, buscando em todas as decisões favorecer a maioria; entretanto, possuir iguais direitos em relação às leis não exclui o princípio do mérito, ou seja, que os cidadãos mais virtuosos tenham papéis mais destacados na condução da vida em comum.
- #50321
- Banca
- CESPE
- Matéria
- Filosofia
- Concurso
- SEDUC-CE
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 4 -
A justiça é um dos temas fundamentais da investigação política de Aristóteles. No capítulo 12 do livro III da Política (1282 b 14-22), ele afirma: "Uma vez que, em todas as ciências e em todas as artes, o fim é um bem, mas o bem maior e no sentido mais pleno é aquele que serve de fim na arte ou ciência é que é a mais soberana de todas, e essa é a capacidade política, mas o bem político é o justo (to dikaion), essa é, portanto, a vantagem comum que nos interessa". Para Aristóteles, a justiça é a ordem da comunidade política. Aristóteles, nesse contexto político, vê a justiça como "justiça distributiva", aquela que vigora na relação do todo (polis) com as partes (cidadãos), tem por princípio permitir e promover a participação dos cidadãos na promoção do bem comum da polis ou de forma absolutamente igual ou de forma proporcionalmente igual. A justiça vigora mais propriamente ali onde os homens são livres e iguais e, entre eles, subsistem relacionamentos regulados pela lei. Faz parte dessa liberdade os cidadãos poderem participar de maneira alternada do governo e das funções públicas, governando não em favor de si mesmos, mas em favor dos governados. A justiça na polis, portanto, culmina em uma convivência pacífica, baseada na philia (amizade em sentido amplo, solidariedade).
Com relação às ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.
- a) Para Aristóteles, justiça é o resultado de um acordo entre os homens, que estabelece o meio-termo entre fazer injustiça sem ser penalizado e sofrer injustiça sem poder se defender ou vingar.
- b) Na concepção de Aristóteles, a política não possui relação com felicidade nem com amizade, mas unicamente com a justiça.
- c) A justiça é o bem comum em devir, como constante exigência histórica de uma convivência social ordenada segundo os valores da liberdade e da igualdade.
- d) O governo mais justo é aquele em que os governantes visam ao seu bem em primeiro lugar, e não ao bem dos governados.
- e) Do ponto de vista político, Aristóteles considera a justiça eminentemente como justiça corretiva, isto é, como modo de se conseguir que um cidadão seja punido por um delito que ele tenha cometido.
- #50322
- Banca
- CESPE
- Matéria
- Filosofia
- Concurso
- SEDUC-CE
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 5 -
Isonomia não significa que todos sejam iguais perante a lei nem que a lei seja igual para todos, mas sim que todos têm o mesmo direito à atividade política; e essa atividade na polis era de preferência uma atividade de conversa mútua. Por isso, isonomia é, antes de tudo, liberdade de falar e como tal é o mesmo que isegoria; mais tarde, em Polibios, ambas significam apenas isologia. Porém, o falar na forma de ordenar e o ouvir na forma de obedecer não eram avaliados como falar e ouvir originais; não era uma conversa livre porquanto comprometida com um fenômeno determinado não pela conversa, mas sim pelo fazer ou trabalhar. As palavras eram aqui como que o substituto do fazer e, na verdade, de um fazer que pressupunha o forçar e o ser forçado. Quando os gregos diziam que os escravos e bárbaros eram aneu logou, não dominavam a palavra, queriam dizer que eles se encontravam numa situação na qual era impossível a conversa livre. Na mesma situação, encontra-se o déspota, que só conhece o ordenar; para poder conversar, ele precisava de outros de categoria igual à dele. Portanto, para a liberdade, não se precisava de uma democracia igualitária no sentido moderno, mas sim de uma esfera limitada de maneira estreitamente oligárquica ou aristocrática, na qual pelo menos os poucos ou os melhores se relacionassem entre si como iguais entre iguais.
Hanna Arendt. O que é política? Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998, p. 49 (com adaptações).
Considerando as informações do texto acima, assinale a opção correta.
- a) Da democracia grega fazia parte a isonomia, que é entendida, fundamentalmente, como a igualdade de todos perante a lei ou a igualdade da lei para todos os cidadãos.
- b) Para os gregos, os escravos e bárbaros eram seres sem o domínio da palavra porque não eram seres humanos, mas meros animais.
- c) Na vida política dos gregos, isonomia é entendida como isegoria, ou seja, liberdade de falar. O exercício político originário da linguagem consiste na conversa livre entre homens livres e iguais, em que se discute e se decide sobre os rumos da vida comum na polis.
- d) Para os gregos, a palavra ou o discurso (logos) não tem importância, visto que o que importa na vida da comunidade política é agir.
- e) Mesmo em uma relação despótica, dá-se o exercício político da linguagem, pois o déspota usa a palavra para dar ordens aos que lhe estão sujeitos e estes se utilizam da linguagem para obedecer às ordens.
- #50323
- Banca
- CESPE
- Matéria
- Filosofia
- Concurso
- SEDUC-CE
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 6 -
Sócrates experimentara o filosofar como pólemos, isto é, o embate e combate pela evidência e verdade (aletheia), contra o perigo da aparência e da opinião (doxa). E pautara esse filosofar "polêmico" (no sentido acima) no exercício do diálogo. Do diálogo socrático fazia parte a ironia. "No uso comum, a palavra ironia tem uma gama infinita de sentidos. Mas em todos eles perpassa uma atitude mental que considera o conhecimento uma névoa que embacia e deforma a realidade. Nossa existência-no-mundo, formada a partir dessa névoa, torna-se terrivelmente mesquinha. O pensador irônico percebe a mesquinhez de tal existência. Sócrates foi mestre da ironia porque, na discussão das palavras, conduzia a todos à evidência e à convicção do ‘sei que nada sei'".
Arcângelo R. Buzzi. Filosofia para principiantes: a existência humana no mundo. Petrópolis: Vozes, p. 82, 9.ª ed., 1998, p. 82 (com adaptações).
De acordo com as ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.
- a) A ironia em Sócrates tinha um sentido meramente depreciativo e, nesse sentido, era idêntica ao sarcasmo puro e simples.
- b) Toda opinião é necessariamente falsa, pois é baseada na aparência, e não na essência das coisas.
- c) Para Sócrates, como educador, o importante era que o homem se tornasse capaz de ter opiniões sobre a realidade.
- d) A ironia socrática era o modo de interrogar por meio do qual Sócrates levava o seu interlocutor ao reconhecimento de sua própria ignorância, fazendo a crítica das opiniões baseadas nas aparências assumidas pelos homens no cotidiano.
- e) Na concepção socrática, o não saber é mera ignorância, portanto é o maior impedimento ao pensamento filosófico.
- #50324
- Banca
- CESPE
- Matéria
- Filosofia
- Concurso
- SEDUC-CE
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 7 -
Considerando a dialética platônica, assinale a opção correta.
- a) A dialética, na concepção de Platão, é a lógica da aparência, ou seja, a arte dos raciocínios ilusórios; nesse sentido, a dialética identifica-se com o sofisma.
- b) A dialética, na concepção de Platão, é meramente um instrumental de argumentação que se destaca pelo excessivo emprego de sutilezas, de distinções engenhosas e inúteis.
- c) A dialética, em Platão, é a arte de discutir por perguntas e respostas, de dividir as coisas em gêneros e espécies, é remontar de conceitos em conceitos, de proposições em proposições, até os conceitos mais universais e os primeiros princípios, que não são meras ficções do espírito, mas têm uma consistência no ser.
- d) A dialética platônica não está relacionada à ironia nem à maiêutica socrática.
- e) A dialética, segundo Platão, é a aplicação científica da conformidade às leis, inerentes à natureza do pensamento; é a verdadeira natureza própria das determinações do entendimento, das coisas e, de uma maneira geral, do finito.
- #50325
- Banca
- CESPE
- Matéria
- Filosofia
- Concurso
- SEDUC-CE
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 8 -
Segundo Aristóteles, a analítica tem por objeto a demonstração, quer dizer, a dedução que parte de premissas verdadeiras; por sua vez, a dialética tem por objeto os raciocínios que se assentam sobre opiniões prováveis. Para esse filósofo, a dialética é uma arte intermediária entre a retórica e a analítica. De acordo com Aristóteles, a analítica coincide com o que foi chamado de lógica formal: o estudo dos conceitos, juízos e raciocínios, considerados nas formas em que são enunciados, abstraindo-se da matéria ou do conteúdo a que se aplicam. O raciocínio é a operação discursiva por meio da qual se conclui que uma ou várias proposições (premissas) implicam a verdade, a probabilidade ou a falsidade de outra proposição (conclusão). Nesse contexto de analítica do discurso demonstrativo, destaca-se o silogismo: todo raciocínio dedutivo rigoroso, que não supõe nenhuma proposição estranha subentendida.
No que concerne às ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.
- a) A dialética tem o mesmo valor argumentativo no pensamento tanto de Aristóteles quanto de Platão.
- b) A analítica aristotélica pressupõe os seguintes princípios: a identidade do representado na dimensão do conceito, a não contradição na dimensão do enunciado, a ordem de fundamento e a consequência na conexão entre os enunciados.
- c) Toda linguagem e toda forma de discurso são objeto da analítica de Aristóteles.
- d) A lógica formal leva em consideração o conteúdo do pensamento.
- e) A lógica formal estuda, essencialmente do ponto de vista psicológico, os atos de conceituar, julgar e raciocinar, visto que tem como objeto os conceitos, juízos e raciocínios.
- #50326
- Banca
- CESPE
- Matéria
- Filosofia
- Concurso
- SEDUC-CE
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 9 -
O que o filósofo procura na verdade do mito é a verdade da própria filosofia. Na época de sua errância racional, a filosofia sentia-se absolutamente autônoma e independente da não filosofia. No espaço dessa independência, julgava atingir com os recursos da razão uma verdade absoluta, necessária, universal. Em nome dessa verdade, desprezava tudo que não se enquadrasse na bitola da racionalidade. O mito, as lendas, os sonhos, a loucura, a poesia, a religião, para terem lugar no país da verdade, guardado pela filosofia, necessitavam das credenciais da razão. No rigor dessa ditadura, não se destruía, decerto, a liberdade desde que sua essencialização se submetesse aos princípios racionais da lógica. Pois a essência da liberdade era a verdade. Hoje a filosofia sente sua dependência da não-filosofia. É aquém da alternativa de racional e irracional que se instaura o espaço de toda verdade. Na liberdade dessa dimensão originária se articulam a verdade da fantasia, a verdade dos sonhos, a verdade da loucura. O juízo já não é o lugar primogênito da verdade. Há verdades, no plural, correlativas ao sentido das diversas intencionalidades. É a liberdade que é a essência da verdade.
Emanuel Carneiro Leão. Aprendendo a pensar. 2.ª ed. Petrópolis: Vozes, 1989, p. 195 (com adaptações).
Tendo como referência as ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.
- a) Segundo o texto, o fundamento da liberdade é a verdade, entendida como verdade do juízo, verdade da razão.
- b) De acordo com o texto, hoje a filosofia deve passar da ditadura da razão para a ditadura do irracional.
- c) O mito é um discurso narrativo irracional, alógico. A filosofia é a guardiã da racionalidade no âmbito da cultura, e, portanto, não deve nem se interessar pelo mito.
- d) Segundo o texto, só há a verdade do juízo, a verdade da razão. O mito é irracional; logo, mito e não verdade coincidem. O mito tem algo de infantil, de primitivo, de bárbaro.
- e) Na filosofia da existência, problematizam-se tanto a racionalidade quanto a irracionalidade. Nessa filosofia, descobre-se que o lugar da verdade é anterior ao discurso, à predicação, ao juízo, ou seja, que uma experiência de verdade existencial, a qual é fundamentalmente plural, antecede a verdade predicativa, lógica.
- #50327
- Banca
- CESPE
- Matéria
- Filosofia
- Concurso
- SEDUC-CE
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 10 -
De acordo com o pensador G. Vico, o senso comum é um julgamento sem qualquer reflexão, comumente sentido por toda uma classe, todo um povo, toda uma nação, ou por todo o gênero humano. Segundo Heidegger, nós nos movimentamos no nível de compreensão do senso comum à medida que nós cremos em segurança no seio das diversas "verdades" da experiência da vida, da ação, da pesquisa, da criação e da fé.
M. Heidegger. Sobre a essência da verdade. São Paulo 1970, p. 18 (com adaptações).
A propósito dessas informações acerca do significado do senso comum, problematizado pela filosofia, assinale a opção correta.
- a) Enquanto o senso comum é um conhecimento seguro, a filosofia é um pensamento inseguro. Logo, a filosofia deve ser rejeitada como perigosa para o homem do cotidiano.
- b) O senso comum reflete, argumenta e justifica suas crenças.
- c) O senso comum é convicção arraigada, crença partilhada com segurança pelos homens, na vida, na ação, na pesquisa, na criação e na fé. A convicção é fundamental ao pensamento e, portanto, o senso comum se identifica com o pensamento filosófico.
- d) É com o senso comum que o homem enfrenta, no cotidiano, os seus problemas imediatos. O senso comum antecede todo o filosofar. Devido a essa anterioridade e ao seu caráter de convicção inquestionada, ele deve ser considerado como critério de julgamento, como princípio dirimente de todas as dúvidas teóricas.
- e) O senso comum é um julgamento irrefletido, que, uma vez compartilhado por muitos homens no âmbito da cultura como crença cotidiana, é tido como óbvio e permanece inquestionado. A filosofia, porém, é um movimento radical de autonomia do homem baseado no exercício do pensamento, do questionamento. Por isso, a filosofia se põe de maneira crítica frente às pretensões do senso comum.
- #50328
- Banca
- CESPE
- Matéria
- Filosofia
- Concurso
- SEDUC-CE
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 11 -
Kant, no campo da razão prática, estimou positivamente os préstimos do senso comum. Ele, de fato, declarou na Crítica da razão pura: "A mais alta filosofia, em relação aos fins essenciais da natureza humana, não pode levar mais longe do que a direção apontada pelo senso comum". E, na Fundamentação da metafísica dos costumes, seção I, ele afirmou: "E aqui não nos podemos furtar a certa admiração ao ver como, no senso comum, a capacidade prática de julgar se avantaja tanto sobre a teórica (...). No campo prático (discernimento do dever), a capacidade de julgar do senso comum mostra suas vantagens quando exclui das leis práticas os impulsos sensíveis. Ele se torna, então, sutil; (...) e - o que é sumamente importante - pode, nesse caso, esperar ser bem-sucedido na tarefa de determinar o valor das ações, tão bem quanto qualquer filósofo; mais ainda, pode proceder com maior segurança do que este, porque o filósofo, não dispondo de outros princípios diferentes do senso comum, pode ser facilmente perturbado e desviado do reto caminho por uma multiplicidade de considerações estranhas ao caso".
I. Kant. apud Arcângelo R. Buzzi. Introdução ao pensar. Petrópolis: Vozes, 13.ª ed., 1984, p. 102-3.
No tocante às ideias expostas no texto acima, assinale a opção correta.
- a) Na compreensão dos fins da natureza humana, a filosofia vai mais longe que o senso comum, segundo Kant.
- b) O senso comum, no pensamento de Kant, tem um alto valor positivo no campo das discussões teóricas (sobre o conhecimento), e não no campo das decisões práticas (sobre o agir).
- c) Pode-se interpretar o senso comum kantiano, no campo da razão prática, como próxima à noção de bom senso, introduzida por Descartes.
- d) Segundo Kant, o filósofo está em condições melhores de julgar as questões imediatas da vida prática do homem do que o homem que segue com bom senso as noções do senso comum sobre os fins do viver humano.
- e) De acordo com Kant, no campo da vida prática, o senso comum é grosseiro e, por isso, incapaz de julgar bem em face das sutilezas das decisões humanas.
- #50329
- Banca
- CESPE
- Matéria
- Filosofia
- Concurso
- SEDUC-CE
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 12 -
No ensaio Confissão criadora, Paul Klee, de forma lapidar, anuncia sua concepção relativa ao sentido de ser da arte: "A arte não reproduz o visível, mas torna visível"; "... Porque as obras de arte não só reproduzem com vivacidade o que é visto, mas também tornam visível o que é vislumbrado em segredo". De modo semelhante, Heidegger, em A origem da obra de arte, apresenta a arte como uma forma de pôr-em-obra a verdade, no sentido do desvelamento, do tornar visível o desvelamento do mundo e da natureza em jogo na obra de arte. Assim, tomando como exemplo um templo grego, Heidegger diz que ele "não imita nada" e que ele torna visível o mundo em que ele se apresenta: "É a obra templo que primeiramente ajusta e, ao mesmo tempo, congrega em torno de si a unidade das vias e relações, nas quais nascimento e morte, infelicidade e prosperidade, vitória e derrota, resistência e ruína ganham para o ser humano a forma de seu destino. A amplitude dominante dessas relações abertas é o mundo desse povo histórico. A partir dele e nele é que ele é devolvido a si próprio, para o cumprimento a que se destina". Além disso, a obra-templo faz aparecer também em seu esplendor a "terra", isto é, a "natureza" (physis), fazendo vir à luz a pedra, o rochedo das montanhas, a imensidade do céu, a claridade do dia e a treva da noite, o mar, os animais etc. A este vir à luz, a este levantar-se ele próprio e na sua totalidade chamavam os gregos, desde muito cedo, a physis. Ela abre ao mesmo tempo a clareira daquilo sobre o qual e no qual o homem funda o seu habitar. Chamamos isso a Terra".
Martin Heidegger. A origem da obra de arte. Lisboa: Edições 70, 2007.
Acerca das ideias suscitadas no texto acima, assinale a opção correta.
- a) Para ambos os autores citados no texto, a arte, primariamente, não tem o sentido de imitar ou de reproduzir o visível, mas o de tornar visível o que é vislumbrado no segredo, o sentido de desvelar.
- b) Para Klee e Heidegger, a obra de arte é meramente uma expressão da subjetividade das vivências do artista.
- c) Heidegger trata da obra de arte de modo estético, ou seja, levando em consideração a questão do belo e das vivências do belo por parte do artista e daquele que aprecia e julga a obra em relação à sua beleza.
- d) A arte, na concepção de Heidegger, é algo de irracional; portanto, não tem vinculação com a verdade e não deve interessar ao filósofo.
- e) De acordo com Paul Klee e Heidegger, a arte consiste na imitação do real, ou seja, na reprodução do visível.
- #50330
- Banca
- CESPE
- Matéria
- Filosofia
- Concurso
- SEDUC-CE
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 13 -
Considerando os conceitos de ética e moral, assinale a opção correta.
- a) A moral é um elemento da cultura de um povo, que deve ser respeitada sem sofrer transformações históricas. Portanto, a ética não pode questionar a cultura e suas concepções sobre o agir e o viver humano.
- b) Fundamentalmente, a ética é uma experiência e a moral, uma reflexão.
- c) A ética é heterônoma e uma questão de adaptação às regras exteriores da convivência social, por conveniência ou por receio de repreensões sociais.
- d) A moral é autônoma e uma questão de questionamento sobre o sentido da moralidade humana em geral.
- e) Enquanto a moral é uma prática que segue os costumes de uma cultura, a ética é uma parte da filosofia e busca investigar criticamente o sentido da moralidade humana em geral.
- #50331
- Banca
- CESPE
- Matéria
- Filosofia
- Concurso
- SEDUC-CE
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 14 -
Considerando a ética teleológico-eudemonológica da tradição platônico-aristotélica e a da tradição cristã, assinale a opção correta.
- a) Essas tradições identificam a felicidade com o prazer. Para elas, a felicidade é simplesmente um sentimento subjetivo de prazer.
- b) De acordo com essas tradições, a felicidade não é somente uma questão de sentimento subjetivo, mas é também uma questão de escolha individual. A felicidade comunitária e a social são desconsideradas tanto na ética quanto na política.
- c) Para essas tradições, a ética é vista utilitariamente, ou seja, a felicidade ou o bem maior para o viver humano coincide, de forma necessária e exclusiva, com o útil e o prazeroso.
- d) A felicidade, entendida como bem-viver, é pensada de maneira ontológica como o prosseguimento pleno da realização da essência do homem. O caminho para alcançar a felicidade, por sua vez, é a virtude. Além disso, a felicidade e a virtude têm um papel importante na consideração ética, tanto na história biográfica dos indivíduos, quanto na vida histórica coletiva das comunidades e sociedades humanas.
- e) Segundo essas tradições, a ética é uma questão de dever. Sua preocupação central é com as normas do viver ou do conviver humano.
- #50332
- Banca
- CESPE
- Matéria
- Filosofia
- Concurso
- SEDUC-CE
- Tipo
- Múltipla escolha
- Comentários
- Seja o primeiro a comentar
(1,0) 15 -
A respeito da ética aristotélica, assinale a opção correta.
- a) Para Aristóteles, é suficiente que o homem busque o bem de modo universal, sem se preocupar com o modo como o bem pode se dar na viabilidade da ação, que acontece a cada vez na particularidade de cada situação.
- b) Em uma perspectiva aristotélica, a virtude da prudência é bastante significativa para reger a vida prática do homem, pois ela possibilita descobrir o que pode conduzir o homem à felicidade. É ela que decide sobre o que é ser valoroso e justo, tanto no nível individual quanto no comunitário-social-político.
- c) Para Aristóteles, agir é mais importante que pensar. A vida prática, política, vale mais que a vida teorética, dedicada ao pensamento, à busca da verdade por causa da própria verdade.
- d) Na concepção de Aristóteles, a razão tem um significado apenas teorético, ela não tem um papel diretivo na vida prática do homem.
- e) Na ética aristotélica, as paixões são necessariamente más e, para o homem conduzir uma vida racional, ele deve anular a força das paixões em sua vida.