Simulado ENEM - Português | ENEM
OBJETIVOS | Simulado ENEM - Português
Aprimorar os conhecimentos adquiridos durante os seus estudos, de forma a avaliar a sua aprendizagem, utilizando para isso as metodologias e critérios idênticos aos maiores e melhores concursos públicos do país, através de simulados, provas e questões de concursos.
PÚBLICO ALVO | Simulado ENEM - Português
Candidatos e/ou concursandos, que almejam aprovação em concursos públicos de nível Médio do concurso ENEM.
SOBRE AS QUESTÕES | Simulado ENEM - Português
Este simulado contém questões da banca INEP, para nível Médio do cargo de . Auxiliando em sua aprovação no concurso público escolhido. Utilizamos provas de concursos anteriores, conforme editais mais recentes ENEM.
*Conteúdo Programático do Simulado ENEM - Português .
usos da língua: norma culta e variação linguística - uso dos recursos linguísticos em relação ao contexto em que o texto é constituído: elementos de referência pessoal, temporal, espacial, registro linguístico, grau de formalidade, seleção lexical, tempos e modos verbais; uso dos recursos linguísticos em processo de coesão textual: elementos de articulação das sequências dos textos ou a construção da microestrutura do texto
- Nem todos os assuntos serão abordados neste simulado de prova e questões de Português .
- #43005
- Banca
- INEP
- Matéria
- Português
- Concurso
- ENEM
- Tipo
- Múltipla escolha
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(1,0) 1 -
Naquele tempo eu morava no Calango-Frito e não acreditava em feiticeiros.
E o contrassenso mais avultava, porque, já então, - e excluída quanta coisa-e-sousa de nós todos lá, e outras cismas corriqueiras tais: sal derramado; padre viajando com a gente no trem; não falar em raio: quando muito, e se o tempo está bom, “faísca”; nem dizer lepra; só o “mal”; passo de entrada com o pé esquerdo; ave do pescoço pelado; risada renga de suindara; cachorro, bode e galo, pretos; [...] - porque, já então, como ia dizendo, eu poderia confessar, num recenseio aproximado: doze tabus de não uso próprio; oito regrinhas ortodoxas preventivas; vinte péssimos presságios; dezesseis casos de batida obrigatória na madeira; dez outros exigindo a figa digital napolitana, mas da legítima, ocultando bem a cabeça do polegar; e cinco ou seis indicações de ritual mais complicado; total: setenta e dois - noves fora, nada.
ROSA, J. G. São Marcos. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967 (adaptado).
João Guimarães Rosa, nesse fragmento de conto, resgata a cultura popular ao registrar
- a) trechos de cantigas.
- b) rituais de mandingas.
- c) citações de preceitos.
- d) cerimônias religiosas.
- e) exemplos de superstições.
- #43006
- Banca
- INEP
- Matéria
- Português
- Concurso
- ENEM
- Tipo
- Múltipla escolha
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(1,0) 2 -
Escrever
A estudante perguntou como era essa coisa de escrever.
Eu fiz o gênero fofo. Moleza, disse.
Primeiro evite esses coloquialismos de “fofo” e “moleza”, passe longe das gírias ainda não dicionarizadas e de tudo mais que soe mais falado do que escrito. Isto aqui não é rádio FM. De vez em quando, aplique uma gíria como se fosse um piparote de leve no cangote do texto, mas, em geral, evite. Fuja dessas rimas bobinhas, desses motes sonoros. O leitor pode se achar diante de um rapper frustrado e dar cambalhotas. Mas, atenção, se soar muito estranho, reescreva.
Quando quiser aplicar um “mas”, tome fôlego, ligue para o 0800 do Instituto Fernando Pessoa, peça autorização ao sábio de plantão, e, por favor, volte atrás. É um cacoete facilitador. Dele deve ter vindo a expressão “cheio de mas-mas”, ou seja, uma pessoa cheia de “não é bem assim”, uma chata que usa o truque para afirmar e depois, como se fosse estilo, obtemperar.
SANTOS, J. F. O Globo, 10jan. 2011 (adaptado).
A língua varia em função de diferentes fatores. Um deles é a situação em que se dá a comunicação. Na crônica, ao ser interrogado sobre a arte de escrever, o autor utiliza, em meio à linguagem escrita padrão, condizente com o contexto,
- a) definições teóricas, para permitir que seus conselhos sejam úteis aos futuros jornalistas.
- b) gírias não dicionarizadas, para imitar a linguagem de jovens de baixa escolaridade.
- c) palavras de uso coloquial, para estabelecer uma interação satisfatória com a interlocutora.
- d) termos da linguagem jornalística, para causar boa impressão na jovem entrevistadora.
- e) vocabulário técnico, para ampliar o repertório linguístico dos jovens leitores do jornal.
- #43007
- Banca
- INEP
- Matéria
- Português
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- Múltipla escolha
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(1,0) 3 -
O passado na tela do computador
Um dos desafios do novo Museu da Imigração é se contrapor à imagem deixada pela exibição do acervo permanente na época do Memorial do Imigrante, muito criticada por dar ênfase demasiada aos imigrantes estrangeiros e pouca atenção aos brasileiros. Era uma representação desproporcional em relação aos números: dos 3,5 milhões de pessoas que passaram pela hospedaria de imigrantes de São Paulo, aproximadamente 1,9 milhão eram estrangeiras (de 75 nacionalidades e etnias) e 1,6 milhão eram brasileiras, oriundas, principalmente, dos estados nordestinos.
HEBMÜLLER, P. Problemas brasileiros, n. 414, nov.-dez. 2012 (adaptado).
O autor do texto sobre a digitalização do acervo do novo Museu da Imigração apresenta a ênfase no imigrante estrangeiro como um problema de representação equivocada da imigração em São Paulo. Para tanto, fundamenta seu ponto de vista no(a)
- a) panorama apresentado como a atual realidade do imigrante em São Paulo.
- b) uso da tecnologia para aprimorar a imagem do imigrante em São Paulo.
- c) diferença entre o Memorial do Imigrante e os demais museus existentes em São Paulo.
- d) diversidade de nacionalidades e etnias como parâmetro da imigração em São Paulo.
- e) desequilíbrio nas representações usuais dos imigrantes em São Paulo.
(1,0) 4 -
Argumento
Tá legal
Eu aceito o argumento
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim
Sem preconceito
Ou mania de passado
Sem querer ficar do lado
De quem não quer navegar
Faça como o velho marinheiro
Que durante o nevoeiro
Leva o barco devagar.
PAULINHO DA VIOLA. Disponível em: www.paulinhodaviola.com.br. Acesso em: 6 dez. 2012.
Na letra da canção, percebe-se uma interlocução. A posição do emissor é conciliatória entre as tradições do samba e os movimentos inovadores desse ritmo. A estratégia argumentativa de concessão, nesse cenário, é marcada no trecho
- a) “Mas não me altere o samba tanto assim”.
- b) “Olha que a rapaziada está sentindo a falta”.
- c) “Sem preconceito / Ou mania de passado”.
- d) “Sem querer ficar do lado / De quem não quer navegar”.
- e) “Leva o barco devagar”.
- #43009
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(1,0) 5 -
Um menino aprende a ler
Minha mãe sentava-se a coser e retinha-me de livro na mão, ao lado dela, ao pé da máquina de costura. O livro tinha numa página a figura de um bicho carcunda ao lado da qual, em letras graúdas, destacava-se esta palavra: ESTÔMAGO. Depois de soletrar “es-to-ma-go”, pronunciei “estomágo”. Eu havia pronunciado bem as duas primeiras palavras que li, camelo e dromedário. Mas estômago, pronunciei estomágo. Minha mãe, bonita como só pode ser mãe jovem para filho pequeno, o rosto alvíssimo, os cabelos enrolados no pescoço, parou a costura e me fitou de fazer medo: “Gilberto!”. Estremeci. “Estomágo? Leia de novo, soletre”. Soletrei, repeti: “Estomágo”. Foi o diabo.
Jamais tinha ouvido, ao que me lembrasse então, a palavra estômago. A cozinheira, o estribeira, os criados, Bernarda, diziam “estambo”. “Estou com uma dor na boca do estambo...”, “Meu estambo está tinindo...”. Meus pais teriam pronunciado direito na minha presença, mas eu não me lembrava. E criança, como o povo, sempre que pode repele proparoxítono.
AMADO, G. História da minha infância. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.
No trecho, em que o narrador relembra um episódio de sua infância, revela-se a possibilidade de a língua se realizar de formas diferentes. Com base no texto, a passagem em que se constata uma marca de variedade linguística pouco prestigiada é:
- a) “O livro tinha numa página a figura de um bicho carcunda ao lado da qual, em letras graúdas, destacava-se esta palavra: ESTÔMAGO”.
- b) “'Gilberto!’. Estremeci. 'Estomágo? Leia de novo, soletre’. Soletrei, repeti: 'Estomágo’”.
- c) “Eu havia pronunciado bem as duas primeiras palavras que li, camelo e dromedário”.
- d) “Jamais tinha ouvido, ao que me lembrasse então, a palavra estômago”.
- e) “A cozinheira, o estribeira, os criados, Bernarda, diziam 'estambo’”.
- #43010
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(1,0) 6 -
Um cachorro cor de carvão dorme no azul etéreo de uma rede de pesca enrolada sobre a grama da Praça Vinte e Um de Abril. O sol bate na frente nos degraus cinzentos da escadaria que sobe a encosta do morro até a Igreja da Matriz. A ladeira de paralelepípedos curta e íngreme ao lado da igreja passa por um galpão de barcos e por uma casa de madeira pré-moldada. Acena para a velhinha marrom que toma sol na varanda sentada numa cadeira de praia colorida. O vento nordeste salgado tumultua as árvores e as ondas. Nuvens esparramadas avançam em formação do mar para o continente como um exército em transe. A ladeira faz uma curva à esquerda passando em frente a um predinho do século dezoito com paredes brancas descascadas ejanelas recém-pintadas de azul-cobalto.
GALERA, D. Barba ensopada de sangue. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.
Adescrição, subjetiva ou objetiva, permite ao leitor visualizar o cenário onde uma ação se desenvolve e os personagens que dela participam. O fragmento do romance caracteriza-se como uma descrição subjetiva porque
- a) constrói sequências temporais pelo emprego de expressões adverbiais.
- b) apresenta frases curtas, de ordem direta, com elementos enumerativos.
- c) recorre a substantivos concretos para representar um ambiente estático.
- d) cria uma ambiência própria por meio de nomes e verbos metaforizados.
- e) prioriza construções oracionais de valor semântico de oposição.
- #43011
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(1,0) 7 -
A mulher entra no quarto do filho decidida a ter uma conversa séria. De novo, as respostas dele à interpretação do texto na prova sugerem uma grande dificuldade de ler. Dispersão pode ser uma resposta para parte do problema. A extensão do texto pode ser outra, mas nesta ela não vai tocar porque também é professora e não vai lhe dar desculpas para ir mal na escola. Preguiça de ler parece outra forma de lidar com a extensão do texto. Ele está, de novo, no computador, jogando. Levanta os olhos com aquele ar de quem pode jogar e conversar ao mesmo tempo. A mãe lhe pede que interrompa o jogo e ele pede à mãe “só um instante para salvar”. Curiosa, ela olha para a tela e espanta-se com o jogo em japonês. Pergunta-lhe como consegue entender o texto para jogar. Ele lhe fala de alguma coisa parecida com uma “lógica de jogo” e sobre algumas tentativas com os ícones. Diz ainda que conhece a base da história e que, assim, mesmo em japonês, tudo faz sentido. Aquela conversa acabou sendo adiada. A mãe-professora, capturada por outros sentidos de leitura, não se sentia pronta naquele momento. Consciente, suspende a ação.
BARRETO, R. G. Formação de professores, tecnologias e linguagens: mapeando velhos e novos (des)encontros. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).
A reação da mãe-professora frente às habilidades da “geração digital” contemporânea reflete o desafio que se tem enfrentado de
- a) aplicar as mesmas formas de ler textos impressos a textos digitais.
- b) interpretar as várias informações na leitura de textos em multimídia.
- c) lidar com as novas práticas de leitura que emergem com a tecnologia.
- d) superar as dificuldades de leitura geradas pelos jogos de computadores.
- e) trabalhar a dificuldade de leitura usando as tecnologias como ferramentas.
- #43012
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(1,0) 8 -
Apuram o passo, por entre campinas ricas, onde pastam ou ruminam outros mil e mais bois. Mas os vaqueiros não esmorecem nos eias e cantigas, porque a boiada ainda tem passagens inquietantes: alarga-se e recomprime-se, sem motivo, e mesmo dentro da multidão movediça há giros estranhos, que não os deslocamentos normais do gado em marcha - quando sempre alguns disputam a colocação na vanguarda, outros procuram o centro, e muitos se deixam levar, empurrados, sobrenadando quase, com os mais fracos rolando para os lados e os mais pesados tardando para trás, no coice da procissão.
— Eh, boi lá!... Eh-ê-ê-eh, boi!... Tou! Tou! Tou...
As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das vacas e touros, batendo com as caudas, mugindo no meio, na massa embolada, com atritos de couros, estralos e guampas, estrondos e baques, e o berro queixoso do gado junqueira, de chifres imensos, com muita tristeza, saudade dos campos, querência dos pastos de lá do sertão...
“Um boi preto, um boi pintado,
cada um tem sua cor.
Cada coração um jeito
de mostrar seu amor”.
Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando... Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito...
Vai, vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai varando...
ROSA, J. G. O burrinho pedrês. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968.
Próximo do homem e do sertão mineiros, Guimarães Rosa criou um estilo que ressignifica esses elementos. O fragmento expressa a peculiaridade desse estilo narrativo, pois
- a) demonstra a preocupação do narrador com a verossimilhança.
- b) revela aspectos de confluência entre as vozes e os sons da natureza.
- c) recorre à personificação dos animais como principal recurso estilístico.
- d) produz um efeito de legitimidade atrelada à reprodução da linguagem regional.
- e) expressa o fluir do rebanho e dos peões por meio de recursos sonoros e lexicais.
- #43013
- Banca
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(1,0) 9 -
Parestesia não, formigamento
Trinta e três regras que mudam a redação de bulas no Brasil
Com o Projeto Bulas, de 2004, voltado para a tradução do jargão farmacêutico para a língua portuguesa - aquela falada em todo o Brasil - e a regulamentação do uso de medicamentos no país, cinco anos depois, o Brasil começou a sair das trevas.
O grupo comandado por uma doutora em Linguística da UFRJ sugeriu à Anvisa mudar tudo. Elaborou, também, “A redação de bulas para o paciente: um guia com os princípios de redação clara, concisa e acessível para o leitor de bulas”, disponível em versão adaptada no site da Anvisa. Diferentemente do que acontece com outros gêneros, na bula não há espaço para inovações de estilo. “O uso de fórmulas repetitivas é bem-vindo, dá força institucional ao texto”, explica a doutora. “A bula não pode abrir possibilidades de interpretações ao seu leitor”.
Se obedecidas, as 33 regras do guia são de serventia genérica - quem lida com qualquer tipo de escrita pode se beneficiar de seus ensinamentos. A regra 12, por exemplo, manda abolir a linguagem técnica, fonte de possível constrangimento para quem não a compreende, e recomenda: “Não irrite o leitor.” A regra 14 prega um tom cordial, educado e, sobretudo, conciso: “Não faça o leitor perder tempo”.
Disponível em: revistapiaui.estadao.com.br. Acesso em: 24jul. 2012 (adaptado).
As bulas de remédio têm caráter instrucional e complementam as orientações médicas. No contexto de mudanças apresentado, a principal característica que marca sua nova linguagem é o(a)
- a) possibilidade de inclusão de neologismo.
- b) refinamento da linguagem farmacêutica.
- c) adequação ao leitor não especializado.
- d) detalhamento de informações.
- e) informalidade do registro.
- #43014
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(1,0) 10 -
Ao acompanharmos a história do telefone, verificamos que esse meio está se mostrando capaz de reunir em seu conteúdo uma quantidade cada vez maior de outros meios - envio de e-mails, recebimento de notícias, música através de rádio e mensagens de texto. Esta última função vem servindo como suporte para uma nova forma de sociabilidade, o fenômeno do flash mob - mobilizações relâmpago, que têm como característica principal realizar uma encenação em algum ponto da cidade.
PAMPANELLI, G. A. A evolução do telefone e uma nova forma de sociabilidade: o flash mob. Disponível em: www.razonypalabra.org.mx. Acesso em: 1 jun. 2015 (adaptado).
De acordo com o texto, a evolução das tecnologias de comunicação repercute na vida social, revelando que
- a) o acúmulo de informações promove a sociabilidade.
- b) as mudanças sociais demandam avanços tecnológicos.
- c) o crescimento tecnológico acarreta mobilizações das grandes massas.
- d) a articulação entre meios tecnológicos pressupõe desenvolvimento social.
- e) a apropriação das tecnologias pela sociedade possibilita ações inovadoras.