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No seu livro Introdução à filosofia ocidental, o professor Antony Flew diz que filosofia consiste em argumentos “sempre, do início ao fim” e, como não há argumentos no pensamento oriental (ou conforme ele pensa), por consequência não existe filosofia no pensamento oriental. De modo similar, refere-se à tradição filosófica africana. Contudo, quando ele diz que sem argumentação e clarificação não há filosofia, tecnicamente falando, ele identifica filosofia com uma argumentação tipicamente ocidental. Em outras palavras, ele quer dizer que, se a atividade reflexiva não estiver baseada na argumentação e clarificação típicas do pensamento ocidental (recomendado pela tradição analítica anglo-saxã), ela não é filosofia. Em primeiro lugar, a essência da filosofia não é o argumento, mas a reflexão, o que faz com que não tomemos a argumentação tipicamente ocidental como padrão para a filosofia. Em qualquer lugar existe reflexão acerca das questões fundamentais sobre o ser humano e o mundo (seja qual for a forma de reflexão empreendida), isto é, filosofia.Joseph I. Omoregbe. Filosofia Africana: Ontem e Hoje. Internet:<www.filosofiaafricana.weebly.com> (com adaptações).A partir da crítica apresentada no texto anterior, de Joseph Omoregbe, infere-se que, para esse autor,
A partir do século XIII, desenvolveu-se um cenário intelectual que adquiriria um caráter de notável unidade, sobretudo com os manuais de Toletus, de Rubio e dos conimbricenses. Trata-se, de acordo com Étienne Gilson, “daquele aristotelismo cristianizado e de método essencialmente dialético. (...) Na origem desse movimento de ideias está o ensino dos mestres da Faculdade de Artes, que não têm outra função fora comentar ou, como se dizia na época, ‘ler’ sucessivamente diante de seus alunos todos os tratados conhecidos de Aristóteles”.
O texto precedente aborda características
A questão sobre o que é a filosofia, é recorrente a qualquer grande filósofo. Naturalmente, as respostas são as mais variadas. Contudo, a despeito da diversidade intrínseca a tal atitude, um aspecto desponta como típico, estando portanto presente em todas as épocas, e caro a todos os que encaram o desafio de responder à demanda mencionada. Em uma formulação simples, didática, porém, altamente eficiente, IGLÉSIAS, 1999, concebeu-se a filosofia como um “saber pelo saber; um saber livre, e não um saber que se constitui para resolver uma dificuldade de ordem prática; um saber pelas causas”. Nesse sentido, a filosofia define-se como um pensar pelo pensar. Isto posto, cabe indagar sobre aquilo que, concretamente, compele os homens à prática de tal forma de pensar a qual, conquanto tenha sua relevância variável ao longo da história, conserva sua vivacidade e pujança. O termo grego “thauma” consubstancia toda a essência da questão. Toda a gama de caracteres que circunscrevem tal impulso encontra sua melhor descrição pelo termo:
São considerados ramos da filosofia:1. Epistemologia 2. Lógica 3. Metafísica 4. Axiologia 5. MeritocraciaAssinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
A Filosofia é um estudo relacionado à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem.Seus métodos estão caracterizados pela:
A filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica; o tronco, a física, e os ramos que saem do tronco são todas as outras ciências, que se reduzem a três principais: a medicina, a mecânica e a moral, entendendo por moral a mais elevada e a mais perfeita porque pressupõe um saber integral das outras ciências, e é o último grau da sabedoria.DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Lisboa: Edições 70, 1997 (adaptado).Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição epistemológica da filosofia, tem como objetivo
O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sentido da ambiguidade. Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento.
MERLEAU-PONTY, M. Elogio dafilosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado).
O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por
A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um.NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?
A memória não é um simples lembrar ou recordar, mas revela uma das formas fundamentais de nossa existência, que é a relação com o tempo, e, no tempo, com aquilo que está invisível, ausente e distante, isto é, o passado. A memória é o que confere sentido ao passado como diferente do presente (mas fazendo ou podendo fazer parte dele) e do futuro (mas podendo permitir esperá-lo e compreendê-lo).
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995 (fragmento).
Com base no texto, qual é o significado da memória?
Os sofistas inventam a educação em ambiente artificial, o que se tornará uma das características de nossa civilização. Eles são os profissionais do ensino, antes de tudo pedagogos, ainda que seja necessário reconhecer a notável originalidade de um Protágoras, de um Górgias ou de um Antifonte, por exemplo. Por um salário, eles ensinavam a seus alunos receitas que lhes permitiam persuadir os ouvintes, defender, com a mesma habilidade, o pró e o contra, conforme o entendimento de cada um.
HADOT, P. O que é a filosofia antiga? São Paulo: Loyola, 2010 (adaptado).
O texto apresenta uma característica dos sofistas, mestres da oratória que defendiam a(o)
O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas vive sob o espectro da corrupção, revela pesquisa. Se o país fosse resultado dos padrões morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia do que com Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima Barreto).FRAGA, P. Ninguém é inocente. Folha de S. Paulo. 4 out. 2009 (adaptado).O distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir” efetivamente o que é moral constitui uma ambiguidade inerente ao humano, porque as normas morais são
A ciência ativa rompe com a separação antiga entre a ciência (episteme), o saber teórico, e a técnica (techne), o saber aplicado, integrando ciência e técnica. Do ponto de vista da ideia de ciência, a valorização da observação e do método experimental opõe a ciência ativa à ciência contemplativa dos antigos; assim também, a utilização da matemática como linguagem da física, proposta por Galileu sob inspiração platônica e pitagórica, e contrária à concepção aristotélica.MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008 (adaptado).Nesse contexto, a ciência encontra seu novo fundamento na
TEXTO I
Os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
PESSOA. F. O guardador de rebanhos - IX In GALHOZ. M A. (Org Obras poéticas
Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1998(fragmento)
TEXTO II
Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu o sei a partir de uma visão minha ou de uma experiência do mundo sem a qual os símbolos da ciência não poderiam dizer nada.
MERLEAU-PONTY. M. Fenomenologia da percepção. São Paulo .
Martins Fontes. 1999 (adaptado).
Os textos mostram-se alinhados a um entendimento acerca da ideia de conhecimento, numa perspectiva que ampara a
A importância do conhecimento está em seu uso, em nosso domínio ativo sobre ele, quero dizer, reside na sabedoria. É convencional falar em mero conhecimento, separado da sabedoria, como capaz de incutir uma dignidade peculiar a seu possuidor. Não compartilho dessa reverência pelo conhecimento como tal. Tudo depende de quem possui o conhecimento e do uso que faz dele. WHITHEHEAD, A. N. Os fins da educação e outros ensaios. São Paulo: Edusp, 1969.No trecho, o autor considera que o conhecimento traz possibilidades de progresso material e moral quando
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