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Com relação às Diretrizes para Política de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras drogas e a atuação do psicólogo nesse âmbito, é CORRETO afirmar que:
I. A atenção aos usuários de álcool e outras drogas está focada numa rede de atenção psicossocial que estabelece como prioritária a noção de integralidade, fundamentada na consideração da subjetividade e do campo das relações sociais como estruturante da atuação profissional. Nesse sentido, as ações da saúde e assistência social ao usuário de álcool e outras drogas deslocam-se da centralidade da lógica biomédica, rompendo com metodologias e serviços nos quais as pessoas buscam soluções prontas para seus sofrimentos. Ao invés disso, fundamentam sua atuação na noção de atenção psicossocial, que coloca no centro do trabalho as noções de território e comunidade, para o qual serão dirigidas as pessoas e suas demandas por saúde e inclusão social. A ética da autonomia é posta como referência central e deve ser alcançada por meio de relações horizontais entre os pontos da rede de atenção. Para isso, a rede de atenção psicossocial destinada a usuários de álcool e outras drogas deve incluir não só os segmentos do sistema de saúde, mas também as entidades comunitárias e da assistência social.
II. O SUS e a Reforma Psiquiátrica brasileira, assim como o SUAS, criaram dispositivos de cuidado e atenção integral para os usuários de álcool e outras drogas nos quais psicólogos/as trabalham tendo como princípio básico a defesa dos direitos humanos e como diretriz a ampliação da autonomia e da participação social dos usuários. Nesses dispositivos a (o) psicóloga (o) atua de modo integrado com outros profissionais a partir de uma perspectiva multidisciplinar, guiada pela lógica da clínica ampliada, que opera junto com os diversos pontos da rede de saúde e socioassistencial presentes no território de intervenção.
III. No que tange ao desafiador cuidado com as crianças e adolescentes usuárias/os de álcool e outras drogas, pode-se utilizar os mesmos equipamentos pensados para atender usuários de álcool e drogas adultos no caso da atenção na rua, desde que de forma integrada com a comunidade e equipamentos específicos para crianças e adolescentes, como o Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi). O envolvimento do sistema de educação, intersetorialmente, precisa ser ativado como importante aliado da rede, primeiramente através da problematização da temática e também por meio de práticas de inclusão daquelas crianças e adolescentes marginalizados do sistema de ensino. As casas abertas para moradia ou centros de convivência também devem ser constituídas, tanto como espaço de acolhimento quanto de elaboração de possibilidades de cuidado e inclusão social na reconstituição de vínculos sociais, familiares e escolares.