Sabemos que a humanidade é formada por seres diversos quanto à maneira de ser, sentir, pensar, agir e perceber a vida. Sabemos, também, que os rótulos sociais rígidos sobre o que é ser homem e o que é ser mulher se flexibilizam cada vez mais, provando por A mais B que existem várias formas de ser homem e de ser mulher.
No entanto, no que diz respeito à diversidade sexual, ainda existe um longo caminho pela frente. Para muita gente, ainda é muito complicado aceitar que existem várias possibilidades de relacionar afetivamente e/ou sexualmente com outras pessoas, independente do sexo. A heterossexualidade continua sendo considerada, por muitos(as), como a única de referência possível de vivência da sexualidade.
Um bom jeito de iniciar essa proposta é por meio da compreensão de que a pluralidade, a multiplicidade e a dinamicidade das identidades de gênero e das expressões afetivo-sexuais são próprias dos processos de construção de sujeitos e identidades nas sociedades contemporâneas e, também por isso, devem ser tratadas como direitos de todas as pessoas. A própria forma como as pessoas se De maneira simplificada, pode-se afirmar que esse desejo, ao direcionarse, pode ter como único ou principal objeto pessoas do outro sexo (heterossexualidades), pessoas do mesmo sexo (homossexualidades) ou de ambos os sexos (bissexualidades). Todas no plural, pois são inúmeras e dinâmicas suas formas de expressão e representação11.
Vale lembrar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não aceita que a homossexualidade seja considerada doença e, por isso, em 1990, excluiu-a do Código Internacional de Doenças (CID). Antes dela, em 1973, a Associação Americana de Psiquiatria (APA) já havia retirado a homossexualidade do Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais.
No Brasil, os Conselhos Federais de Medicina (desde 1985) e de Psicologia (desde 1999) não consideram a homossexualidade como doença, distúrbio ou perversão. Diz a Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1 de 1999: Art. 2º “Os psicólogos deverão contribuir, com seu conhecimento, para uma reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra aqueles comportamentos ou práticas homoeróticas”.