D) Os baixos níveis de poupança não afetam apenas a saúde econômica das famílias brasileiras. Prejudicam, também, a capacidade de crescimento do país. Comparada ao Produto Interno Bruto (PIB), a taxa de poupança no Brasil é de aproximadamente 15%, um nível considerado baixo para os padrões internacionais.
Para alguns analistas, essa deficiência pode ser um limitador do crescimento sustentável nos próximos anos. Em um cenário de restrição de acesso ao capital externo, responsável por grande parte do fluxo dos recursos que alimentou a expansão da economia brasileira nos últimos anos, esta fragilidade pode ficar mais evidente.
O nível de poupança de outros dois “Brics” é bem superior ao brasileiro. No caso da China, ele é próximo de 45% do PIB e, na Índia, chega a 25%. “O Brasil teria que dobrar sua taxa de poupança nos próximos anos”, avalia Alexandre Assaf Neto, professor de finanças pessoais da Universidade de São Paulo (USP).
O exemplo da China e da Índia ilustra o fato de que países com elevadas taxas de poupança registram, em geral, taxas de crescimento econômico igualmente altas. Na China, nem a crise econômica impediu a economia de avançar 7,7% no acumulado de janeiro a setembro.
Mas, se não poupar pode ser dramático, economizar demais também não é necessariamente positivo, lembra Assaf Neto. “É preciso também haver um equilíbrio, de modo que a poupança não seja tão grande a ponto de inibir o consumo, como ocorreu com o Japão. Ela não pode estar baixo de 20%, mas também não muito acima de 40% do PIB.”
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