As questões de números 1 a 10 referem-se ao textoque segue:
A liberdade ameaçada
Costumo dizer que a liberdade de imprensa, mais do
que direito dos jornalistas e das empresas jornalísticas, é da
sociedade. Só com a livre circulação de idéias e de informações
uma nação pode evoluir e construir uma sociedade realmente
justa e equilibrada. Foi para defender essas propostas e para
informar a sociedade brasileira sobre seu direito inalienável de
receber informação livre que criamos a nossa Rede em Defesa
da Liberdade de Imprensa (RDLI).
Há três grandes temas em debate: “O direito à
informação x privacidade”, “O acesso à informação pública” e
“As responsabilidades e os interesses dos jornalistas e das
fontes”.
Em relação à informação e à privacidade, houve
consenso de que se trata de questão complexa e difícil. O
direito da sociedade à informação e o direito das pessoas à
privacidade são dois princípios constitucionais, fundamentais,
mas muitas vezes conflitantes.
Quanto ao tema do acesso à informação pública, a
principal conclusão é a de que o Brasil precisa avançar muito.
Infelizmente, alguns homens públicos ainda tratam a informação
pública como se fosse propriedade do Estado, e não da
sociedade a que devem servir. O livre acesso à informação
pública é uma das principais características das democracias
modernas.
Finalmente, no que se refere aos interesses e
responsabilidades dos jornalistas e das fontes, referendamos a
velha máxima: o jornal e os jornalistas nunca deverão ter
interesse próprio. Eles trabalham para a sociedade e, por isso,
devem sempre preservar sua independência.
(Nelson Pacheco Sirotsky. Folha de S. Paulo,
12/06/2005, p. 3