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O Brasil fez-se Império antes de se fazer nação. No
contexto internacional da época, nosso processo de
independência foi algo aberrante não apenas devido ao regime
monárquico que adotou, como não se cansará de frisar a
propaganda republicana de finais do Segundo Reinado, mas
também devido à forma imperial que tomou o Estado brasileiro
numa conjuntura que já se anunciava nitidamente desfavorável às
construções imperiais e eminentemente marcada pelo triunfo da
idéia nacional na Grécia, depois na Bélgica, na Espanha, que se
levantara em 1808 contra o império napoleônico, no próprio
Portugal das Cortes de Lisboa, que, no momento azado, não
hesitou em sacrificar o Brasil aos seus objetivos estritamente
nacionais. Uma das questões curiosamente negligenciadas pela
nossa historiografia é precisamente a de se verificar por que o
Brasil adquiriu sua independência sob a forma de Império e não
de Reino, como seria de se esperar do fato, entre outros, de que,
desde 1816, D. João VI o promovera a esta condição.
Evaldo Cabral de Mello. Um imenso Portugal: história e historiografia. São Paulo: Ed. 34, 2002, p. 24 (com adaptações).
Tendo o texto como referência inicial e considerando os múltiplos aspectos que envolvem o processo de independência do Brasil, julgue (C ou E) os itens seguintes.
O Brasil que surge com o 7 de setembro de 1822 reitera, sob o ponto de vista político, a hegemonia das elites nordestinas e a considerável perda de espaço dos grupos economicamente poderosos do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de São Paulo, realidade que seria alterada com o advento da República, em fins do século XIX.